Garibaldi Alves Filho defende investimentos na reforma agrária
Ao enfatizar a importância da reforma agrária como instrumento de promoção da paz no campo, distribuição de renda, fortalecimento da cidadania e fomento à produção agropecuária, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) manifestou-se nesta quinta-feira (28) contrário à tese de que a produção de assentamentos rurais não justifica os investimentos públicos nem repercute na economia nacional.
As considerações de Garibaldi Alves sobre o assunto basearam-se tanto em suas convicções pessoais quanto na análise de especialistas, a exemplo do economista José Eli da Veiga, da Universidade de São Paulo (USP). Da comparação de diferentes modelos de produção agrícola no Brasil e em outros países, o professor da USP procurou desfazer o mito, segundo assinalou, de que -promover a agricultura familiar ou de pequena escala é jogar dinheiro fora-.
Já o professor da Universidade Federal Fluminense Carlos Guanziroli contesta a teoria de que a reforma agrária, por ser muito onerosa, prejudicaria a recuperação econômica dos países em desenvolvimento. De acordo com o senador, o especialista sustenta justamente o contrário, afirmando que as políticas de distribuição de terras facilitam o processo de desenvolvimento.
Ao empreender uma análise pessoal sobre o assunto, Garibaldi Alves considerou muito acanhada a meta do governo federal de desapropriação de terras para fins de reforma agrária. Na sua opinião, os recursos disponibilizados até agora só são suficientes para assentar 7,2 mil famílias, e não as 60 mil anunciadas pelo governo para 2003. Quanto aos assentados, ele reivindicou a adoção de novos modelos de produção, a partir do cooperativismo, da diversificação de atividades e da negociação para a compra de insumos com ganhos de escala.
28/08/2003
Agência Senado
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