Garibaldi considera inconveniente duas CPIs para investigar cartões corporativos



Pouco antes de reunião para definir com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e líderes partidários o calendário do Legislativo para 2008, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, afirmou que, legalmente, há condições de instalar na Casa uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os cartões corporativos do governo, ao mesmo tempo em que uma CPI mista trata do mesmo assunto. "Agora, é inconveniente", alertou Garibaldi Alves.

- Foi feita uma consulta a esse respeito à Mesa. Mas já me inteirei hoje que legalmente, regimentalmente, há condições de instalar essa CPI. Agora, é inconveniente. É legal, mas é inconveniente. Não há como se compreender que o Senado, hoje com 81 senadores, possa ter dois grupos em duas CPIs. Realmente, isso tumultuaria um pouco - disse Garibaldi Alves.

Na mesma entrevista, o presidente reconheceu que sente, na Câmara dos Deputados, que alguns nomes da oposição se dispõem a participar da CPI mista proposta pela liderança do governo. Mas observou que não sente ainda essa disposição entre os senadores.

Garibaldi Alves também afastou a idéia de que está trabalhando para que um parlamentar do PSDB assuma a presidência dessa CPI mista. Ele disse que essa proposta é um desdobramento natural das dificuldades enfrentadas por essa CPI, mas explicou que não está trabalhando, nem encorajando nenhum nome para assumir esse posto.

- Na verdade, não há ainda um acordo, essa é que é a verdade. Depende de um acordo. Se for depender de uma praxe e do Regimento, vai prevalecer aquela questão de os dois maiores partidos terem o direito de exercer a presidência e a relatoria da comissão.

- Esse embate político pode atrapalhar o trabalho legislativo?

- Acho que a gente tem que se acostumar com a idéia da CPI e não fazer terrorismo. Se acostumar com a idéia de que vai haver uma CPI e ao mesmo tempo o Senado e a Câmara vão funcionar tranquilamente.

- Como garantir isso com tantos impondo dificuldades?

- Nem todos, são apenas os mais agitados. E os mais agitados, não tem apelo que dê jeito.

Garibaldi também que, além dos vetos e das medidas provisórias, um dos itens da reunião que teria com os líderes partidários era a instalação da CPI mista. Ele explicou que essa instalação é necessária porque a iniciativa exige prazos regimentais e ele pretende obedecer a todos.

- Vou ler o requerimento de instalação amanhã. Vou justamente tratar dos últimos detalhes nessa reunião. Ouvi o presidente do Democratas dizer que eu resolveria essa questão, mas não depende de mim. O que eu faço é cumprir o Regimento. 

Fidel Castro 

Na mesma entrevista, Garibaldi Alves foi indagado sobre a renúncia de Fidel Castro, depois de ocupar por 49 anos o poder em Cuba. O presidente do Senado afirmou que espera, como os governos democráticos do mundo inteiro, novas perspectivas democráticas para aquele país.

- A renúncia é uma conseqüência natural da doença dele. Certamente, ele vinha resistindo, no íntimo, à idéia de deixar o governo. Mas com essa doença, que já dura mais de um ano, ele deve ter sentido, e é o que diz em sua carta, que não tem mais condições de chefiar o governo. O que se espera dele, o que os governos democráticos do mundo inteiro estão esperando, é que se estabeleça agora uma nova perspectiva para Cuba, em termos de o país viver democraticamente - disse o presidente do Senado.



19/02/2008

Agência Senado


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