Garibaldi diz que funcionário acusado de vazar dossiê precisa ser ouvido



O presidente Garibaldi Alves afirmou nesta segunda-feira (12) que, apesar de ter pedido afastamento do cargo de secretário de Controle Interno da Casa Civil, o servidor José Aparecido Nunes Pires precisa prestar esclarecimentos sobre a acusação de ter vazado o dossiê com informações sobre gastos do governo Fernando Henrique Cardoso.

- Se ele pediu afastamento, é uma medida que leva a crer que ele precisa realmente ser ouvido. Não é por ter pedido afastamento que se vai deixar de ouvi-lo - disse.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos deverá votar nesta terça-feira (13) os requerimentos de convocação de José Aparecido e de André Fernandes, assessor parlamentar do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) que recebeu o dossiê.

Apesar de defender a convocação dos dois funcionários, Garibaldi, no entanto, disse não ver necessidade de realização de uma acareação entre José Aparecido e André Fernandes.

-É em função de uma contradição que você leva duas pessoas a uma acareação. Não é o caso. Até agora, um não disse nada que o levasse a contradizer o outro - afirmou.

Garibaldi também afirmou que não vê razões para que o próprio senador Alvaro Dias, que recebeu o dossiê de seu assessor, seja ouvido na CPMI como depoente.

- Acho que o senador Alvaro Dias não deve ser convocado como depoente. Ele é integrante da CPI. Ele pode ser ouvido, se desejar, para prestar esclarecimentos, mas nunca transformar um investigador num investigado da noite para o dia. Na própria CPI, no debate, se um parlamentar tiver dúvidas sobre o comportamento do outro, isso se esclarece - disse.

Nova convocação de Dilma

O presidente voltou a afirmar que, em sua avaliação, não faz sentido convocar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para um novo depoimento. Na última quarta-feira (7), a ministra falou à Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) por cerca de 10 horas. Para a oposição, porém, ela faltou com a verdade em suas declarações. Há requerimentos para uma nova oitiva na própria CPMI dos Cartões e na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

- Ela falou tanto que ainda deve estar rouca - disse.

Em seu depoimento à CI, Dilma negou que a Casa Civil tivesse elaborado um dossiê com gastos do governo anterior e afirmou que havia sido preparado, ao invés disso, um banco de dados cujas informações vazaram. Ela disse desconhecer o responsável pelo vazamento. Na sexta-feira (9), reportagem do jornal Folha de S. Paulo informou que um servidor da própria pasta foi o responsável pelo vazamento do dossiê.



12/05/2008

Agência Senado


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