Garibaldi: senadores fornecerão os nomes de parentes que deverão ser demitidos



Pouco antes de deixar o gabinete para ir almoçar, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, afirmou, nesta terça-feira (26), que os senadores deverão fornecer os nomes dos parentes contratados por seus gabinetes e que agora deverão ser demitidos, para que se cumpra a súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe o nepotismo.

Ao informar que as secretarias das Mesas das duas Casas do Congresso consideram difícil fazer esse levantamento, em razão do fato de muitos parentes ou contraparentes não terem o sobrenome de quem os contratou, um jornalista perguntou a Garibaldi se esse levantamento vai mesmo ser feito pelos parlamentares.

- Acho que os parlamentares vão cumprir a lei e possibilitar todas as informações sobre o nome das pessoas que devem ser desligadas do Senado - respondeu prontamente Garibaldi.

- Mesmo o nepotismo cruzado, presidente? - questionaram ainda.

- Olha, eu acredito que os senadores vão querer cumprir a lei. Não tenho dúvida de que eles não vão usar de subterfúgios para fugir a isso. Afinal de contas, todos somos senadores da República e temos consciência do que significa uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que precisa ser cumprida - afirmou.

Na mesma entrevista, Garibaldi explicou que incorre em processo administrativo, correndo o risco de "sofrer uma ação" dentro da Casa, quem se negar a prestar essa informação.

- Eu acho que a pessoa vai querer evitar esse constrangimento - disse ele.

O presidente do Senado também informou que vai aguardar que os parlamentares forneçam esses nomes e que acredita que nenhuma outra providência será necessária. Ele também explicou que as vagas decorrentes do afastamento de parentes de parlamentares não serão preenchidas por concurso, visto que, pertencendo aos gabinetes, não podem ser destinadas à administração da Casa.

Garibaldi também respondeu a perguntas sobre a proposta de reforma política que o governo encaminha nesta quarta-feira (27) ao Congresso. Diante da informação de que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, não dará prioridade a esse assunto agora, Garibaldi lembrou que o Senado já aprovou uma proposta de reforma política, que agora aguarda deliberação da Câmara. E acrescentou que sua prioridade também é para a iniciativa em estudo no Parlamento, embora ache conveniente analisar-se o que propõe o governo.



26/08/2008

Agência Senado


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