Garibaldi vê próximas 48 horas como decisivas para CPI dos Cartões Corporativos



O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, avaliou as próximas 48 horas como decisivas para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos. Nesta quarta-feira (26), deverão ser votados vários requerimentos, inclusive de quebra de sigilo bancário de autoridades e servidores que realizaram gastos com cartões de crédito do governo federal. Os membros do PSDB na comissão reclamam de dificuldades para prosseguir com as investigações por supostos empecilhos apresentados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva para fornecer dados sobre os gastos da Presidência da República.

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- Esta semana é decisiva, mas é preciso haver um certo consenso, que parece não estar havendo. E isso não deixa de preocupar. Uma CPI que, começam a dizer que não vai muito adiante, me deixa de certa maneira preocupado, apesar de confiar na presidência e na relatoria. Mas vamos esperar a quarta-feira - comentou Garibaldi.

Na avaliação do presidente do Senado, o governo deveria abrir mão do sigilo dos gastos com cartões corporativos da Presidência da República para solucionar o impasse.

- Eu, se fosse o governo, abriria mão desse sigilo. Eu acho que o governo, ao se apegar a esse sigilo, deve ter alguma coisa que o respalde. Mas, se eu pudesse aconselhar o governo, eu abriria mão - afirmou.

SOS CPIs

Garibaldi também fez um apelo aos parlamentares no sentido de não permitirem que as CPIs "faleçam por inanição". Ele se disse em campanha pelo que apelidou de "SOS CPIs" para voltar a pedir aos parlamentares aliados e da oposição que zelem por esse recurso investigatório, que, em sua opinião, não pode ser banalizado.

- Não se pode de maneira nenhuma banalizar as CPIs, ou então deixar que elas faleçam por inanição. Isso não pode acontecer. Será um dos poucos países do mundo que vai deixar de utilizar uma das maiores prerrogativas dos Parlamentos, que é a investigação parlamentar. Não posso conceber que um país como o nosso, que, apesar dos regimes ditatoriais, tem uma tradição parlamentar, se veja numa situação como essa - ressaltou.

CPI da Pedofilia

O presidente do Senado também explicou ter obedecido ao Regimento ao fazer a leitura em Plenário, nesta segunda-feira (24), dos indicados para a CPI da Pedofilia, criada para investigar o uso da Internet no crime de exploração sexual de menor. Segundo esclareceu, o fato de o PMDB ainda não ter designado seus representantes não impede o início dos trabalhos, já que a maioria dos partidos fez as indicações.

- A presidência tem que obedecer o Regimento. Se ele manda que instale, não podemos ficar segurando a CPI - argumentou.

Raíssa Abreu e Cristina Vidigal / Agência Senado



24/03/2008

Agência Senado


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