GERALDO CÂNDIDO QUER JORNADA DE SETE HORAS
Motivado pelo alto índice de desemprego, o senador Gerado Cândido (PT-RJ) apresentou projeto de lei que diminui a jornada de trabalho para sete horas diárias, somando 35 horas semanais. "Não custa relembrar que o índice de desemprego, segundo as pesquisas do Dieese, tem chegado a cifras alarmantes, em torno de 20% da população economicamente ativa. O combate ao desemprego é, portanto, uma peça indispensável de qualquer programa que vise reduzir a tragédia da pobreza e da desigualdade de renda em nosso país", afirmou o senador.Para Geraldo Cândido, não é difícil combater o desemprego de forma eficaz, pois as causas já são bem conhecidas. Segundo ele, crescimento do desemprego no Brasil foi provocado pelo aumento da produtividade ocorrido nas últimas décadas desacompanhado do aumento correspondente na capacidade de consumo da população. "Os dois fatores constituem um fenômeno mundial, mas no Brasil o proporcionalmente menor aumento de produtividade foi agravado por um crescimento ainda menor da capacidade de consumo, devido a décadas de arrocho salarial e ao agravamento da desigualdade na distribuição de renda", explicou.Segundo o senador, com este quadro, o crescimento da economia, por si só, não resolve o problema do desemprego, mas a redução da jornada de trabalho pode ser uma medida eficaz. Geraldo Cândido assinalou que os aumentos de produtividade não devem ser apropriados apenas pelos empregadores, pois o progresso científico e tecnológico é uma conquista de toda a humanidade e não um patrimônio de apenas uma parte dela.- Em todo o mundo, a luta pela redução da jornada de trabalho tem como palavra de ordem "trabalhar menos para que todos possam trabalhar". A maioria dos sindicalistas acredita que, reduzindo a jornada sem reduzir os salários, as empresas teriam que contratar novos funcionários, diminuindo o desemprego. Assim, eliminando o excedente representado pelas horas extras, novos postos de trabalho seriam criados - concluiu o senador.
21/01/2000
Agência Senado
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