Geraldo Mesquita Júnior comenta sucesso de seu projeto em enquete da Agência Senado



O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) registrou sua satisfação em Plenário nesta quinta-feira (15) pelo resultado parcial de enquete na página eletrônica da Agência Senado sobre projeto de lei de sua autoria, indicando que cerca de 60% dos entrevistados o aprova. Geraldo Mesquita disse ter ficado feliz em poder contrapor, com esse resultado, a opinião de colega que preferiu não nomear, mas que chamou sua proposta de "romântica" e sem chances de ser aprovada.

- Se cerca de 60% respondendo a enquete como essa acha que esse é um projeto que pode contribuir com a moralização do processo eleitoral brasileiro ele não tem nada de romântico.

O Projeto de Lei do Senado (PLS 137/10) determina que todas as doações em dinheiro para campanhas eleitorais devam ser distribuídas proporcionalmente entre os partidos, conforme seu peso no Congresso. Assim, ninguém poderia doar diretamente a qualquer partido ou candidato: todas as doações seriam distribuídas entre todos, e os partidos ganhariam mais na medida de suas atuais bancadas no Congresso.

Apelidado de "conta limpa" pelo próprio senador, o projeto determina que as doações de pessoas físicas e jurídicas sejam depositadas obrigatoriamente pelos doadores em conta especial aberta pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) dos estados e do Distrito Federal.

Campanha

Geraldo Mesquita Júnior disse que as campanhas políticas se transformaram, no inverso do que deveriam: o predomínio do poder econômico sobre a política. Ele exemplificou com a incapacidade de o PMDB no Acre em manter a candidatura do vereador Rodrigo Pinto, devido à impossibilidade de o candidato levantar quantia entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões.

- No final dessa campanha eleitoral, espero que as pessoas lembrem o que estou dizendo: poucos são os que se elegem e elegerão sem que tenham enorme capacidade de reunir elevados recursos para custear suas campanhas - projetou.

O parlamentar criticou o que considera uma "relação promíscua" que se estabelece entre os empresários financiadores de campanha e os candidatos, embora admita que, no Senado, existam pessoas sérias que ofereçam resistência a esse tipo de compromisso. Para ele, não só quem contribui espera uma contrapartida, como também há estados em que o empresário recebe uma tabela em que já constam valores com os quais se espera que ele contribua.

Ao assinalar que não pretende se candidatar novamente a cargo político, Geraldo Mesquita Júnior mencionou a dificuldade de aprovação de emenda parlamentar ao Orçamento quando se faz oposição ao governo; o afastamento dos prefeitos do senador quando este, como é o seu caso, não consegue levar recursos para seus municípios; e também como boa parte da imprensa discrimina o parlamentar não lhe dando espaço na mídia. Todas essas são, segundo ele, razões que o desmotivam a permanecer exercendo o mandato.

Governo autoritário

Para respaldar seu argumento do quanto, em sua maioria, os parlamentares se submetem à "vontade autoritária" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Mesquita valeu-se de artigo do historiador Marco Antonio Villa publicado no jornal O Globo do dia 13 deste mês. Nele, o historiador mostra como foi construído o "mito" Lula pelos intelectuais, em que tudo o que existia antes de 1980, quando o Partido dos
Trabalhadores foi fundado, em termos de atuação de correntes de esquerda no país, foi apagado, como se nunca tivesse existido.

"O estilo stalinista de fazer história se estendeu para o movimento operário. Tudo teria começado no ABC. Mas não só: a história do sindicalismo 'independente' teve um momento de partida, a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a presidência do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo em 1975", leu o parlamentar. E acrescentou outro trecho: "Lula tinha de negar e desqualificar a história para surgir como o 'esperado', o 'ungido'." E mais adiante, lê o senador: "Mas não bastou apagar o passado. Foi necessário eliminar lideranças que surgiram, tanto no sindicato, como no PT. E Lula foi um mestre. Os que não se subtereram, aceitando um papel subalterno, acabaram não tendo mais espaço político".

No artigo, explica Geraldo Mesquita, o historiador demonstra que Lula sempre evitou debates, o que ajudaria a explicar a ascensão da atual candidata a sua sucessão, Dilma Rousseff, tradição dos partidos de esquerda do século 19. O senador foi aparteado pelo colega Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Ele lamentou que políticos de bem e de "bons costumes" deixem a política por não conseguirem exercer o mandato por não se submeterem a um "balcão de negócios" ou por não terem recursos para tanto.



15/07/2010

Agência Senado


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