Geraldo Mesquita Júnior diz que a política está cada vez mais refém dos interesses econômicos



A política está cada vez mais refém do dinheiro, do capital, dos grandes interesses econômicos. Essa é a conclusão a qual chegou o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) após quase oito anos de mandato no Congresso Nacional. Ele comparou que, se antigamente a economia era instrumento da política, a cada dia que passa a política se transforma rapidamente em instrumento da economia.

- Atualmente, para se aventurar numa candidatura, qualquer um de nós precisa estar primeiramente inserido em esquemas financeiros de grandes proporções, para alcançar margem razoável de sucesso, independentemente da plataforma política que pretenda defender. Grosso modo, se você tem um milhão no bolso se torna um candidato competitivo. Do contrário... - afirmou Geraldo Mesquita Júnior.

O senador pelo Acre lembrou que até algum tempo atrás alguém com filiação partidária, aspirações políticas e ideias, mesmo com parcos recursos, poderia se tornar um candidato competitivo nos pleitos eleitorais. Geraldo Mesquita Júnior observou que a campanha que se aproxima sinaliza que esse tempo está chegando ao fim. Ele destacou que a única alternativa para modificar o quadro atual que até hoje mereceu algum tipo de discussão foi o financiamento público das campanhas.

Apesar de o Brasil viver sob regime democrático, Geraldo Mesquita Júnior opinou que a generalização dos sucessivos abusos de autoridade sobrepõe-se às regras e limites impostos pela Constituição Federal, pelas leis, pelo bom senso e pelos limites éticos. Ele citou como exemplo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, desafiando o Poder Judiciário, violou a lei reiteradamente ao ponto de receber sucessivas multas do Tribunal Superior Eleitoral.

Em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS), baseado no volume de dinheiro que vem sendo gasto no período de pré-campanha eleitoral, calculou que a campanha de um senador girará em torno de R$ 3 milhões a R$ 10 milhões. Ele completou que quem investe um volume de dinheiro desses em um candidato provavelmente vai esperar algum tipo de retorno.

Por sua vez, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) comentou que "por trás da farra de dinheiro na política existe uma ressaca na democracia". Ele sugeriu a adoção de um modelo público de financiamento das campanhas eleitorais. Porém, o senador pelo Distrito Federal defendeu uma redução considerável no volume dos gastos.



21/06/2010

Agência Senado


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