Geriatra afirma que o Brasil não aplica o Estatuto do Idoso
O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Distrito Federal, Sabri Lakhdari, disse que, apesar de ter produzido "leis fantásticas em relação ao idoso", o Brasil não oferece a esse segmento da população o tratamento determinado pela legislação. Sabri Lakhdari acrescentou que, como médico do serviço público no Distrito Federal, vê que falta muito para a efetiva implantação das leis dirigidas aos idosos.
- Os pacientes, muitas vezes, não têm acesso ao exame nem à medicação. Existe uma grande falta de profissional nas áreas de gerontologia, assistência social, enfermagem. Há poucos médicos, um único ambulatório de geriatria, um único geriatra atendendo a população aqui no Distrito Federal, por exemplo - afirmou o médico.
Sabri Lakhdari disse também que é necessária fiscalização para que a lei seja aplicada. Ele defendeu orçamentos condizentes com o Estatuto do Idoso e observou que a falta de recursos para atender as necessidades de saúde desse grupo é uma violência.
- Além da violência física contra o idoso, há ainda a violência que, muitas vezes, passa despercebida, que é a violência da falta de recursos e de serviços públicos para o idoso.
Na opinião do geriatra, não levar o idoso ao médico e não lhe oferecer os medicamentos de que precisa é uma forma de violência.
- Temos de trabalhar contra o preconceito que ainda existe contra o idoso na sociedade brasileira. Os jovens têm que entender que eles serão os idosos de amanhã. Até os idosos, às vezes, têm preconceito: "Não, doutor, não sou idoso, eu sou jovem; eu não quero envelhecer". O que responder a uma pessoa que diz: "Eu não quero envelhecer"? O jeito é morrer cedo - essa alternativa não seduz.
Durante a homenagem, também foi convidado a falar o assessor da Presidência da Subcomissão Permanente do Idoso no Senado, João Batista Medeiros, que registrou a necessidade de mais cursos de geriatria e gerontologia social nas universidades brasileiras.02/09/2008
Agência Senado
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