Germano Bonow afirma que Britto vai para o segundo turno



 





Germano Bonow afirma que Britto vai para o segundo turno
Arriscando uma reeleição praticamente garantida para a Assembléia Legislativa, o presidente regional do PFL, deputado estadual Germano Bonow assume, essa semana, definitivamente a condição de candidato a vice-governador na chapa de Antônio Britto (PPS). Demonstrando grande identificação com o candidato do PPS, Bonow acredita que a proposta dos dois partidos tem tudo para sair vitoriosa nas eleições de outubro.

Para ele, o desafio do PFL, que hoje possui cerca de 47 mil filiados em todo o Rio Grande do Sul, será a forma do partido levar à sociedade gaúcha as suas propostas e o seu potencial de governo, que já foram demonstrados quando o PFL participou do primeiro governo de Antônio Britto, em que Bonow foi secretário da Saúde.

Jornal do Comércio - Como encara o desafio de ser vice na chapa encabeçada por Antônio Britto (PPS) ao Palácio Piratini?

Germano Bonow
- A decisão foi amadurecida. Não foi tomada em uma única reunião. Esse assunto já vinha sendo discutido por prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças partidárias que entendiam que se o partido deveria participar de uma chapa majoritária se pudesse fazê-lo. Deveria, na medida do possível, utilizar todo seu potencial. Eu disse que, se tínhamos condições de encaminhar nossas propostas para apreciação pela população do Rio Grande, era o caminho que deveríamos seguir. E foi o que se concretizou nessa nossa última reunião da executiva, ocorrida na última quinta-feira, quando por unanimidade a decisão, que ainda era uma tendência, foi oficializada.

JC - Existe chance de o PFL indicar também um candidato ao Senado para completar a chapa majoritária da coligação?

Bonow
- O processo em que se escolhe a composição da chapa majoritária de todos os partidos está em andamento. Acreditamos que o assunto não esteja encerrado, devendo ter alguns desdobramentos. Como presidente do partido, defendo que essas questões devam permanecer abertas até a convenção.

JC - Mas há possibilidade de um dos candidatos ao Senado ser um pefelista?

Bonow
- Existe possibilidade de nós indicarmos, bem como de o PPS indicar. Há, também, a possibilidade de outros partidos que entenderem que a proposta é boa sugerirem um nome. Nós temos tempo para tratar desse assunto. O momento ainda não é oportuno.

JC - Que outros partidos poderiam compor uma aliança com vocês?

Bonow
- Enquanto tomávamos uma decisão, discutiam-se simultaneamente as posições da Frente Trabalhista. Há também os partidos pequenos, que ainda não se definiram e de quem aguardamos uma posição. Existe ainda a opção de deixar aberta a outra vaga ao Senado, porque apostaríamos que é melhor defender somente a candidatura do (senador José) Fogaça. Nós, na campanha para prefeito de Porto Alegre, concorremos aliados ao PSL e ao PSC. Há também a possibilidade do PL.

JC - Com sua experiência política, acredita que a aliança PPS-PFL chegará ao segundo turno para concorrer com o candidato apoiado pelo atual governo, Tarso Genro?

Bonow
- A qualidade das pessoas apontadas, até agora, como candidatas ao governo do Estado é boa. Nesta fase que antecede as convenções, não diria que a disputa será contra A ou contra B. Estão partindo do princípio que o candidato do governo, Tarso Genro, irá para o segundo turno. Todos dizem isso, mas acredito que é muito cedo. É lógico pensarem assim, porém nada impede que haja polarização entre os demais também. O governo busca isso, como busca chegar ao segundo turno a qualquer preço. Mas eu não consideraria isso como líquido e certo.

JC - Na sua opinião a chapa Britto-Bonow é aquela que detém maior densidade eleitoral da oposição para disputar o governo?

Bonow
- Pelas pesquisas que têm aparecido até agora, é a chapa mais provável para chegar ao segundo turno.

JC - O excesso de candidatos de oposição facilita que as eleições de outubro, para o governo do Estado, seja definida em dois turnos?

Bonow
- Na última, em Porto Alegre, apresentamos vários candidatos. Se tivéssemos apresentado uma candidatura só, talvez não houvéssemos chegado ao segundo turno. Ao contrário, em 1998, o fato de apresentarmos somente um nome talvez tenha prejudicado a candidatura dos partidos que apoiavam Antônio Britto. É uma questão de momento. Hoje, é melhor haver um número de candidatos que represente os diversos partidos do Rio Grande do que uma bandeira só.

JC - Qual será o caminho do PFL na sucessão presidencial, já que, após a desistência da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, às vezes lança possíveis candidatos e, às vezes, admite não disputar?

Bonow
- O PFL é um dos maiores partidos do País. Conseqüentemente, toda vez que uma liderança do PFL nacional fala, considera-se isso como se fosse o partido que estivesse falando. Para os gaúchos, face ao ocorrido no início de março com Roseana Sarney, não havia mais tempo de o partido ter candidato. Pelas dimensões de nosso País, não teríamos condições de apresentar uma candidatura que pudesse representar o PFL de norte a sul, de leste a oeste. Acreditávamos que o melhor era não ter candidato, deixando em aberto.

JC - Essa é a posição majoritária manifestada pelos presidentes dos diretórios estaduais do PFL?

Bonow
- Essa é a posição majoritária dentre os presidentes e é a posição do partido. Volta e meia surge o nome do Sílvio Santos, empresário de sucesso, um homem reconhecido pela população pelo excelente trabalho, mas o partido nunca discutiu oficialmente o lançamento de sua candidatura. Há lideranças que discutem essa possibilidade, mas também há pefelistas que acreditam que o atual vice-presidente Marco Maciel é o melhor nome. Há também lideranças que se sentem atingidas pela postura de José Serra, que são contrárias ao ex-ministro da Saúde. Assim, o partido todo paga um preço que eu não acredito que devesse pagar. Se há alguém que acredite que o candidato é Sílvio Santos, que abra a discussão, mas essa não é a decisão do partido.

JC - O PFL ainda pode se aliar ao PSDB nas eleições presidenciais, já que os tucanos não pretendem retirar a candidatura de José Serra ao Palácio do Planalto?

Bonow
- Agora já é muito tarde, para falar como partido em termos de Brasil. Mas tenho certeza que, mantida essa decisão de os diretórios regionais seguirem seu caminho, alguns estados ficarão com Serra. Por exemplo, Paraná, São Paulo e Tocantins se encaminharão nessa direção.

JC - Passando a integrar a chapa majoritária, o senhor desfalca a nominata de candidatos do PFL à Assembléia Legislativa. O partido tem nomes para suprir sua ausência na lista?

Bonow
- Tenho votação expressiva no litoral e espalhada pelo Rio Grande. Algumas pessoas não iam concorrer mas, com a minha saída, terão condições de se apresentarem como candidatos, como por exemplo o vereador de Porto Alegre Reginaldo Pujol. Eu fiz 16 mil votos na Capital para deputado estadual e Pujol não disputou. No litoral, fiz 14 mil votos e, de lá, deverá sair um candidato do PFL, provavelmente a vereadora Eliana Cunha, suplente do senador Pedro Simon. Sabemos que outras lideranças regionais estão dispostas a concorrer se apresentarmos um candidato na majoritária, o que não acontecia antes.

JC - A aliança entre PPS e PFL se estenderá também às nominatas das chapas proporcionais para a Assembléia e a Câmara dos Deputados?

Bonow
- Na verdade, ainda vamos tratar disso, mas a idéia é compor a coligação de alto abaixo. A partir da homologação da coligação na majoritária pelos membros do nosso diretório Estadual, em reunião que ocorre hoje às 12h, os acertos entre os d ois partidos começarão a ser definidos.

JC - O PFL gaúcho tem demonstrado, ao longo do tempo grande identidade com o PPB e o PSDB. Por que optou por coligar com o PPS de Antônio Britto

Bonow
- Participamos do governo Britto, que consideramos um dos melhores que este Estado já teve. Ficamos empolgados com aquela proposta. Quando vimos que havia possibilidade de implantarmos essa proposta novamente, acreditamos que nossos partidos deveriam se unir em torno desse objetivo comum, que é buscar o incremento econômico e social do Rio Grande do Sul.

JC - Quais serão as principais contribuições do PFL para a construção de um programa de governo comum da chapa Britto-Bonow?

Bonow
Apresentaremos sugestões que ainda serão discutidas pelo partido. Mas, em relação à saúde, defendemos maior participação do Estado nos hospitais regionais, que são importantes para diversas comunidades. No caso da segurança, acreditamos que deva ter um custo um pouco menor, principalmente no que diz respeito a pessoal. Existem alternativas que têm sido usadas em outros estados, não onerando muito a máquina estadual. Pensamos, ainda, que a água é um bem público e deve ser gerida pelo serviço público.

Conversamos com o ex-governador Britto sobre isso. A água deve ficar bem distante da iniciativa privada.

JC - Qual será a posição do PFL gaúcho sobre as privatizações em geral, caso vença a disputa pelo governo?

Bonow
- Não podemos falar em privatizações em 2002, quando o momento é completamente diferente de quatro ou cinco anos atrás. Não me parece que esse assunto será enfocado nos próximos anos como foi enfocado na década de 90.

JC - Como os dois partidos farão a campanha com a pouca quantidade de filiados, apesar do tempo razoável na TV?

Bonow
- Em Porto Alegre, fizemos uma campanha com apenas um vereador e sendo um partido bastante pequeno. Tivemos um desempenho bem razoável. Crescemos durante a campanha eleitoral porque as propostas eram boas, e temos espaço para isso. Ninguém nasce grande. Então, é a oportunidade de crescer.

JC - Quais os principais problemas observados pelo PFL na condução do atual governo do Rio Grande do Sul, administrado pelo Partido dos Trabalhadores?

Bonow
O grande problema, sem falar no ponto de vista administrativo em si, é a questão filosófica, em que coloca-se o partido acima do Estado. A partidarização do governo Olívio é um grande equívoco. Os partidos são muito inferiores ao povo do nosso Estado e ao Rio Grande. Essa visão leva a uma série de distorções, ao confronto permanente e constante com as instituições existentes. O PT está sempre achando que somos nós contra eles. Não é a atitude de uma administração que preza pela felicidade de seu povo. O governo busca o confronto e a guerra, mantendo um estado quase permanente de alerta na comunidade.

Isso fica bem claro com as invasões de terras ou propriedades em que as pessoas que investiram, pagaram seus impostos e pagam seus empregados, obedecendo a lei, de repente, ficam reféns de um movimento. O governo deveria resolver mas, por questões ideológicas, se omite. O problema mais sério para o Rio Grande é o governo ser do partido, não do Estado e de todos nós.


Supremo reexaminará artigo da LRF
O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá reexaminar nesta quarta-feira o artigo 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece tetos separados para os gastos de pessoal do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público da União, Estados e municípios. Considerado o "coração" da nova lei, vigente desde maio de 2000, esse dispositivo deverá ser mantido pela segunda vez pelo Supremo.

Em 2000, ao iniciar o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) dos partidos de oposição que questionava vários pontos da LRF, os ministros do STF negaram o pedido de liminar para suspender o artigo 20. Agora, diante da dificuldade do Judiciário estadual de São Paulo de cumprir o limite para salários e encargos sociais - 6% da receita líquida do Estado -, o relator da ação, ministro Ilmar Galvão, quer votar novamente a liminar.

O reexame do artigo 20 da LRF está sendo aguardado com expectativa neste momento de incertezas sobre a economia brasileira. Na última sexta-feira, os ministérios da Fazenda e Planejamento se empenharam em garantir que a decisão tomada um dia antes pelo STF não vai prejudicar as contas públicas. No dia anterior, o Supremo derrubou três dispositivos da lei, entre eles o que introduzia a "regra de ouro", pela qual um governo não pode se endividar para cobrir gastos correntes - salários e custeio.

O especialista em Lei Fiscal e ex-secretário de Finanças da cidade de São Paulo, Amir Khair, acredita que a reconfirmação dos tetos de gastos de pessoal por parte do STF é de fundamental importância para o equilíbrio das contas neste período pré-eleitoral. "As pressões políticas para aumento de gastos estão crescendo e qualquer sinal de flexibilização da legislação será interpretado como uma autorização para deixar de lado a austeridade na condução das contas públicas", afirmou. "E isso só aumentará o risco Brasil." Além disso, uma decisão contrária do STF ao artigo 20 também suspenderia o ajuste dos gastos de pessoal em andamento nos Estados.

Acaba em dezembro próximo o prazo de dois anos dado pela LRF para que os Executivos, Judiciários estaduais e Assembléias Legislativas zerem o excesso dessas despesas e se enquadrem nos porcentuais fixados na legislação. O maior problema está nas Justiças estaduais, já que apenas em três Estados - Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Alagoas - o Executivo ainda gasta mais do que o teto. Na União, os gastos de pessoal dos três Poderes estão bem abaixo do limite de 50% da arrecadação líquida.

Nos Estados e municípios, juntos, Executivo, Legislativo e Judiciário não podem consumir mais do que 60% das receitas líquidas. O presidente do STF, ministro Marco Aurélio Mello, faz questão de quórum completo na nova apreciação do artigo 20 da LRF.

Por isso, o julgamento foi adiado da semana passada para esta quarta-feira. O ministro Nelson Jobim, que estava em viagem ao exterior, retomará sua função no Supremo a partir de hoje. Na prática, ao apreciar pela segunda vez o artigo 20 da LRF, os ministros da mais alta Corte do País estarão antecipando o resultado do julgamento do mérito da ação.

Além do artigo 20, ainda faltam ser julgados no Supremo seis artigos da LRF questionados na Adin do PT, PCdoB e PSB. Outros 18 já foram julgados, sendo que destes doze foram mantidos e quatro tiveram sua eficácia suspensa pelo Supremo.


Alta do risco-país ameaça rolagem da dívida externa
Em apenas um mês, o risco-Brasil já acumula alta de 25,87% e deixa o mercado tenso. Apesar do recuo de sexta-feira, os analistas acreditam que a tendência é de alta. Assim, o setor privado brasileiro terá dificuldades para rolar a parcela do total de vencimentos da dívida externa que vence até agosto. A opinião é do diretor de mercados emergentes da Goldman Sachs, Paulo Leme, e do economista-chefe para a América Latina do banco de investimentos Lehman Brothers, Paulo Vieira da Cunha.

O aumento afeta toda a economia, pois os títulos do governo ficam mais atrativos, e os bancos destinam uma fatia maior de seus investimentos para comprar os títulos públicos. Assim são reduzidos os recursos disponíveis para financiar créditos e investimentos.

A preferência do eleitor por Luís Inácio Lula da Silva (PT) e a fragilidade da economia são apontados como os principais motivos da desconfiança dos estrangeiros. “O crescimento do risco está sendo explorado. A dificuldade de captar recursos já era prevista no início do ano”, diz o professor de finanças internacionais da Ufrgs, Telmo Blauth.

A expect ativa para o país era positiva até março, quando o risco chegou a os 698 pontos. O presidente da Abamec, Francisco Petros não vê exageros. “O Brasil está em condições financeiras frágeis. Há vulnerabilidades internas e externas.” Além do endividamento, a atividade econômica vem registrando ritmo lento.

O economista do Lloyds TSB Wilson Ramião também atribui a maior parte da pressão sobre o risco-país ao quadro eleitoral, que fez vir à tona os problemas econômicos.

Inflação colabora para avaliação negativa
Alguns fundamentos internos trouxeram desconforto, como o quadro fiscal, as contas externas, a atividade econômica e a inflação. “O índice não está cedendo e deve ultrapassar a meta do governo. O controle de preços está elevado e não permite a queda dos juros”, destaca. Ramião espera que o risco continue em alta.

O Brasil sempre foi classificado com ressalvas pelas agências internacionais. “As instituições são muito rigorosas e a iniciativa não se justifica com os fundamentos econômicos. A classificação dos títulos brasileiros sempre esteve no fundo da lista nos últimos sete ou oito anos”, diz o professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebade) da FGV, José César Castanhar.

Ele lembra que muitos países foram melhor classicados que o Brasil e quebraram logo em seguida, como o México e a Rússia. “O erro mais grosseiro foi o da Argentina que cerca de um ano antes de falir, estava dois pontos à frente do Brasil”, observa. Blauth observa que as empresas de classificação somente avaliam a capacidade de pagamento e não o potencial do país.

Até o presidente Fernando Henrique criticou as agências de risco, “que não souberam se manter atualizadas em relação ao Brasil e a outros países da América Latina”, em seu discurso na abertura do seminário América Latina e o Caribe frente à globalização, promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).


Ex-prefeito Sessim é preso em Tramandaí
O ex-prefeito de Cidreira, Elói Braz Sessim, foragido da polícia desde abril de 1998, foi preso ontem, às 14h30min, na residência de seus familiares em Tramandaí. O local, que permanecia sempre fechado, era monitorado durante 24 horas pela polícia. Foram utilizados diversos equipamentos para investigação, como câmaras e escuta telefônica.

Muito abatido, Sessim foi conduzido algemado para Porto Alegre por um comboio do Ministério Público (MP). Após o depoimento no prédio do MP, no Centro da Capital, foi levado para o Presídio Central. Ele não realizou exame de corpo delito, já que afirmou perante o advogado que foi bem tratado pelos policiais. No tempo em que ficou foragido, passou por estados como Santa Catarina, Paraná e o Distrito Federal, segundo os policiais que trabalharam na investigação.

Sessim, que também já foi prefeito de Tramandaí, foi condenado a 13 anos de prisão por peculato. Ele foi acusado de gastar verbas em obras de grande porte e inacabadas. Em 1995, construiu o Sessinzão, estádio de futebol com capacidade para 15 mil pessoas em Cidreira - o município tem cerca de 8,8 mil habitantes. Além disso, montou um time de futebol com dinheiro público. Ele também foi condenado por sete outros crimes, como fraude, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Conforme os policiais que trabalharam na investigação, o trabalho de apuração durou seis meses. Segundo o capitão da Brigada Militar Carlos Adriano Klafke dos Santos, nos seis meses de investigação a prisão não pôde ser realizada. "Precisávamos ter certeza do que iríamos fazer", disse.


Esquizofrenia atinge 1,5 milhão de brasileiros
A esquizofrenia é a mais crônica e debilitante de todas as doenças mentais. Atinge pelo menos 1% da população mundial - 50 milhões de pessoas. No Brasil, há 1,5 milhão de pessoas com a doença e estima-se que surjam 60 mil novos casos a cada ano. O professor adjunto de Psiquiatria da Universidade Federal e da Católica de Pelotas, Maurício Lima, diz que a moléstia coloca tanto uma carga emocional quanto financeira sobre os pacientes e parentes. Mas já existem terapias que podem oferecer aos portadores a condição de dar o primeiro passo para se tornarem auto-suficientes e produtivos. O professor participou em Porto Alegre de uma palestra para psiquiatras, durante o lançamento da substância olanzapina para o tratamento da esquizofrenia. Ele apresentou pesquisa realizada com 200 pacientes em Ana Rech (RS), Goiânia e Salvador, que durante três anos utilizaram o medicamento e apresentaram resultados positivos.

Jornal do Comércio - Sendo a esquizofrenia uma doença crônica, quais as mais recentes perspectivas de tratamento?

Maurício Lima - A psicofarmacologia começou a partir da 2ª Guerra Mundial e desde então notáveis avanços vêm sendo alcançados. Nos últimos 20 anos, surgiram não só drogas com perfil de eficácia diferenciado mas também com tolerabilidade melhor, ou seja, drogas com efeitos adversos mais seguros. O grande avanço é a presença das drogas antipsicóticas atípicas, que nos últimos 20 anos revolucionaram o tratamento da esquizofrenia.

JC - O que a doença representa em termos de freqüência no Brasil?

Lima - Há uma freqüência de 1% da população mundial. Uma pesquisa realizada em três cidade brasileiras, incluindo Porto Alegre, mostrou que freqüência no Brasil também é de 1%.

JC - É aconselhável a internação do paciente?

Lima - Em algumas situações a hospitalização é necessária: quando os sintomas acarretam risco para o paciente e a sociedade. E para situações agudas. Com o advento das novas drogas, está se discutindo uma terapia farmacológica continuada ao longo da vida: o paciente vai tomando a medicação indefinidamente até que se possa pensar, nem sempre acontece, que ele tenha uma melhora mesmo sem a medicação. Com a introdução de novas drogas, está ocorrendo a redução do período de internação.

JC- Qual a incidência da doença no Brasil diante de outros países?

Lima - A freqüência da doença não varia muito no Brasil e é muito parecida com países desenvolvidos como os Estados Unidos, países nórdicos e Europa. O que se está conseguindo é a redução do período de hospitalização (para no máximo 45 dias) e uma melhora no prognóstico. Com o desenvolvimento de novas drogas, a doença está sendo tratada com uma segurança maior. Drogas típicas que são usadas durante muito tempo podem levar o paciente, principalmente em doses altas, ao desenvolvimento de síndromes neurológicas, movimentos involuntários, tremores, sintomas que semelhantes ao Mal de Parkinson. Com as drogas mais novas (atípicas), ocorre uma maior tolerância, o que diminui a chance de reinternação e melhora a a adaptação social do doente.

JC - O País, em termos de tratamento, como se encontra?

Lima - Os medicamentos atípicos ainda têm um custo muito elevado. Há uma grande discussão sobre disponibilizar estes medicamentos na rede pública, ou seja, não apenas para as pessoas que tenham condições de pagar de R$ 400,00 a R$ 600,00 por mês, que é o que pode custar uma medicação nova. Em São Paulo, Bahia e Minas Gerais, três medicamentos atípicos, incluindo a olanzapina, estão disponíveis na rede pública.


Caminhão tomba na freeway
Um caminhão carregado de óleo combustível tombou ontem no quilômetro 94 da freeway. O acidente ocorreu por volta das 3h30min, quando um caminhão da empresa Dalçóquio, da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, com direção a Rio Grande, virou na pista. A empresa é contratada pela Refap para transportar a carga.

Metade dos 20 mil litros de óleo A-30 vazou a atingiu parte da vegetação ao lado da estrada. O produto é usado como combustível de navios, depois de misturado ao óleo diesel. De a cordo com o geólogo da Fepam José Samberg, "nenhum curso de água foi atingido". Além disso não existe próximo ao local do acidente nenhum ponto de captação de água no Guaíba. Cerca de 50 pessoas trabalharam durante todo o dia para a limpeza da área.

Até o final da tarde de ontem já tinham sido removidos oito mil litros do óleo que vazou na estrada. O material será enviado para a Refap, onde será reprocessado. Depois de avaliado o impacto ambiental do acidente, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) divulgará o auto de infração com o valor da multa. O veículo, ainda, ignorou a lei que proíbe tráfego de cargas tóxicas nas estradas federais entre 22h e 6h.


Artigos

A responsabilidade social
Gisele Oliveira

Estamos num período pré-eleitoral, fase extremamente importante para a vida de todos nós. A legislação brasileira estabelece a obrigatoriedade do voto, para o que deve haver uma infinidade de motivos e um deles talvez seja dividir a culpa. Culpa de quê, perguntariam alguns. Ora, simplesmente a culpa de termos o governo que tivermos, pois por participação direta ou indireta e, principalmente, por omissão, somos culpados. Ou melhor, responsáveis. Quem ainda não ouviu ou não proferiu a famosa frase: A culpa é do governo. Certamente esta é uma das frases mais cômodas que existe, pois pelo que parece, independentemente do partido político, a culpa é sempre do governo. Se chove demais a culpa é do governo e se não chove também. Se as ruas alagam durante os temporais a culpa é do governo e se não alagarem, não é mérito, é obrigação. Na realidade, a legislação deveria obrigar não o voto, mas sim a participação consciente.

De que adianta o voto inconsciente? Alguns alegam que votam em branco ou anulam o voto, na esperança de se eximirem da responsabilidade. Concordo, são irresponsáveis. Não pelo governo, mas pelo fato de não assumirem sua responsabilidade social. Mas, mais do que eleger um governo, responsabilidade social é o dever que temos de contribuir para que a nossa sociedade seja melhor. Por menor que possa parecer nossa contribuição, ela será sempre valiosa e bem-vinda. Procurar culpados não resolve o problema social, nem mesmo acabar com o problema resolve o problema. Talvez, se um dia tentarmos resolver as causas, aí sim, pode ser que venhamos a acabar com os problemas.

Acreditamos estar sendo socialmente responsáveis quando lutamos pela erradicação do trabalho infantil.

Acreditamos estar sendo socialmente responsáveis quando participamos dos diversos telecentros comunitários que estão instalados em Porto Alegre. Em cada um deles contribuímos para a remuneração de instrutores de informática formados na própria comunidade. Somos uma das poucas entidades a participar deste projeto que visa oferecer uma oportunidade a estes jovens, uma opção de trabalho entre o tráfico de drogas e uma vida honesta. Acreditamos estar sendo socialmente responsáveis quando apoiamos o trabalho das comunidades que acreditam que o nosso trabalho contribui. Em parceria com o governo do Estado, prefeituras municipais, universidades e Fecomércio/RS, estamos participando da implantação de dois importantes pólos tecnológicos no Rio Grande do Sul. Enfim, acreditamos estar sendo socialmente responsáveis em cada uma das atividades que planejamos e desenvolvemos. E acreditamos, acima de tudo, porque nosso objetivo é contribuir para melhorar a sociedade em que vivemos. Jamais atuamos movidos por convicções ou preconceitos ideológicos.

Se nossa sociedade não está boa, se não tem trabalho, se não tem educação, se não tem saúde, se não tem segurança, então é preciso mudar. Precisamos criticar o que está errado, precisamos cobrar o que foi prometido, mas também precisamos propor, precisamos agir. Para mudar, é preciso participar.

Presidente do Sindicato das Empresas de Informática do RS


Colunistas

FERNANDO ALBRECHT

Problemas da cidade
Moradora no entorno do viaduto Loureiro da Silva queixa-se de que as carroças infernizam a área. Algumas chegam a ensaiar corridas, tudo entremeado com a barulheira e algazarra dos camelôs. E isso que nas cercanias existem a Santa Casa e outras clínicas. Não é só por lá. As carroças estão a mil por toda a cidade. A página já cansou de registrar que, enquanto a coleta do lixo não for diária em toda a cidade, as carroças sempre terão seu lugar ao sol.

A vida do novo Lula ...
O programa de rádio em que Lula contou sua vida e obra, falando da infância pobre, da dureza do início até a consagração como presidente do PT, foi um lance espetacular de Duda Mendonça. Bem editado, com uma produção primorosa, com áudio da época dos acontecimentos narrados, mostrou que Duda Mendonça não veio para brincar e que encontrou um Lula mais obediente e um PT mais sensível aos apelos de marketing.

Duda é um craque.

...e a do antigo Lula
Mas o que marqueteiro algum conseguirá resolver é a contradição entre o discurso antigo e o novo de Lula. Afinal, o PT sempre defendeu a invasão de terras e a moratória. Em julho de 1994, a Folha de S. Paulo divulgou parte do programa de Lula se eleito fosse. Um dos pontos aprovados era promover invasões públicas e privadas para ver até onde o tecido social agüentaria. De repente ele vira bonzinho. Tem lingüiça embaixo desse pirão.

Fim de carreira
A prisão do ex-prefeito Elói Sessim em Tramdndaí encerra uma longa história de perseguição e fuga. Houve quem jurasse tê-lo visto em Buenos Aires, Montevidéu, Punta e por aí vai. Certa vez garantiram que ele tinha um restaurante em Portugual, em que era servido até um prato que levava seu nome. O advogado de Sessim, Nereu Lima, disse que existem vários recursos interpostos aguardando julgamento em Brasília. Teoricamente, ele ficará preso em Tramandaí ou em Torres.

Saia justa
A Câmara Municipal de Canoas aprovou sexta a criação da Secretaria de Segurança municipal, que terá à frente o delegado aposentado Ben-Hur Marchiori. Durante a explanação do seu projeto, a bancada do PT contestou o plano. Ben-Hur então disse que era igual ao de um candidato. De Serra?. Não, de Lula, fulminou o novo secretário. "Aliás, como meu plano foi bolado antes, foi o PT quem o copiou". Fez-se o silêncio.

A história da audiência
O episódio da audiência do presidente da Farsul com o presidente Fernando Henrique para tratar do terrorismo no campo gaúcho quase não saiu. Ao saber que seria esta a pauta do encontro, a assessoria presidencial quis que em vez do presidente o assunto fosse resolvido pelo ministro Pratini de Moraes. Foi aí que Sperotto deu seu recado: é com o homem a audiência, caso contrário não interessa. Deu no que deu.

O livro de Galvani
O jornalista Walter Galvani prepara outro livro, depois do enorme sucesso do seu A Nau Capitânea
. Ainda sem título, o jornalista sai da história e adentra o campo do romance, com nuances de romance histórico. Aguardemos. Galvani promete o lançamento dentro de 90 ou 120 dias, daí a sua ausência no microfone da Guaíba.

Posse
O juiz federal Néfi Cordeiro será empossado às 16h de hoje como integrante do TRF da 4ª Região, que tem como presidente o desembargador federal Teori Zavascki. Cordeiro foi promovido por merecimento para preencher a vaga aberta com a aposentadoria da desembargadora federal Luiza Dias Cassales. Cordeiro, 38 anos, é paranaense.

Cegos idosos
O empresário Zélio Hocsman disse que ficou comovido ao visitar a sede da Terceira Visão, a Associação de Cegos Luis Braille, presidida por Odilon Fernandes de Souza. Entre outros méritos, é responsável pela Casa Lar do Cego Idoso. Quando se avalia esta dupla condição e o trabalho que lá se faz, sempre lutando com a falta de recursos, dá para entender porque Zelinho ficou comovido. Os telefones são (51) 3344-1804 e 3348-5355.

Perfumes e carros
Ao lançar dois novos produtos, a fragrância masculina Arbo e a feminina Tarsila, O Boticário aproveitou a festa que fez em São Paulo e anunciou a parceria com a Renault, que venderá o Clio Sedan O Boticário, com alguns diferenciais especiais para as mulheres. Chamada de co-branding
a parceria é inédita. Bom para a Renault, bom para a empresa paranaense. Perfumes e carros, tudo a ver.

Novo código
No circuito fashion da Padre Chagas ouve-se muito alguém se referir a um homem ou mulher como alguém que "dorme na caixa". Depois de uma breve pesquisa, o Serviço de Utilidade Pública CC desvendou o código. Simples: quem "dorme na caixa" é boneca ou sapato. Logo...

Giering Best conquistou o título de campeão nacional de vendas Audi da sua categoria.

Frei Irineu Costella avisa: hoje é dia de Santo Antônio e Festa de N.S. de Fátima.

Sicredi estará na Expoleite festejando 100 anos de atuação.

Drogamaster da Dom Feliciano faz um ano doando 10% da renda para o Instituto da Mama.

Unidos Administradora de Consórcios lança amanhã às 19h nova proposta de carta de crédito.

É hoje no Embaixador o pré-lançamento do Perfil de TI da Assespro.

Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas reúne-se dia 17 em Não Me Toque.

Será de 19 a 22 o Congresso Nacional de Corretores de Imóveis, com mais de mil participantes.

De 29 de maio a 16 de junho acontece a Gramado Malha Fashion.

Bagutta/Mercearia do Padre adotam o Instituto da Mama, Gapa, Amigos da Rua e Kinder.


ADÃO OLIVEIRA

Eternamente responsável
Outro dia telefonou-me um grande amigo para falar-me sobre Celso Bernardi, candidato do PPB à sucessão estadual. Discordou de mim e de Celso, ambos seus amigos. De mim, porque via em Celso todas as condições de ser candidato à sucessão de Olívio. De Celso, porque, ainda que lhe reconheça legitimidade de ser candidato, não via cenário favorável para sua eleição. E, sendo assim, preferia que Celso retirasse a sua candidatura colocando o PPB na coligação PPS-PFL para - na sua opinião - ter chances de chegar ao poder.

Ele não quis se identificar para não magoar Celso, que não entenderia a sua posição. Pediu-me então que eu o tratasse com um pseudônimo qualquer, "velha raposa", por exemplo.

E foi aí que a "velha raposa" passou a ser importante na minha vida. Nunca, nos quase, 20 anos de "colunismo" político, eu tive um trabalho tão discutido. A polêmica que se criou em torno da "velha raposa" e de suas idéias, entupiram meu computador de mensagens. Até a secretária eletrônica de meu celular foi pequena para abrigar tantos recados: "Este é o jornalismo maior, feito a partir de idéias", escreveu-me Adriano Coutinho, de Caxias do Sul. Vejam só, a astuta raposa saiu da fábula de Saint-Exupéry, "O pequeno príncipe" para entrar no meu universo, e me ensinar a cativar meus leitores. Cativar significa criar laços, disse a raposa para o principezinho incrédulo: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

E, como tentarei cativar meus leitores, selecionei um e-mail, em meio aos mais de trezentos que recebi, sobre as idéias da "raposa". Ele foi enviado pelo competente Fábio Bernardi.

"Prezado Adão Oliveira:
Não nos conhecemos, ainda que, algumas vezes, já tenhamos sido apresentados. Contudo, tomo a liberdade de enviar um comentário a respeito de tua coluna desta quinta-feira. Em primeiro lugar, quero dizer que ela é compreensível.... Também acho que a posição de certos pepebistas é compreensível, porque a visão estratégica, a capacidade de análise política e a retidão de caráter não são qualidades de todos. E embora o PPB seja o mais qualificado dos partidos do RS, também tem, entre seus quadros, aqueles que não possuem a correta compreensão do que seja companheirismo, abnegação pessoal e dedicação partidária.

Contudo, caro Adão, afirmo com todas as letras que, estes são minoria, no PPB gaúcho. A grande maioria está fechada, 100%, com Bernardi. Não porque não goste de Britto, mas porque gostam muito mais do seu PPB. E vão para esta eleição sabendo que a missão de vencê-la é difícil, mas nem de longe se compara a outros tantos desafios que este partido já venceu, crescendo em todas as eleições de 94 para cá, onde todos os partidos tradicionais - eu disse todos - só perderam espaço. Tua coluna de hoje propiciou que eu, como um dos encarregados do marketing da campanha de meu pai, o próprio candidato, e muitos dos coordenadores, recebêssemos, durante todo o dia, telefonemas de todos os cantos do Estado, indignados com manifestações menores e isoladas que ganharam corpo e espaço indevido. Mas que, no fundo, foram benéficas para criar laços ainda mais fortes em torno de uma campanha que surpreenderá, em todos os sentidos, a muitos gaúchos.

Menos aqueles quase 200 mil filiados progressistas que sabem do que este partido é capaz. Faço esta reflexão porque tenho uma enorme isenção neste assunto, apesar de privar do convívio pessoal com muitos amigos do PPB. Nunca fui filiado e até já trabalhei profissionalmente em campanhas adversárias. Mas neste ano, convivendo ainda mais de perto com seus líderes, reafirmei minha convicção na qualidade coletiva e individual deste partido. A enorme repercussão que ouvi durante o dia comprova duas coisas: a campanha de Celso Bernardi está cada vez mais unida e coesa; e tua coluna ganha, a cada dia, uma incrível capacidade de atrair leitores. Um abraço, Fábio Bernardi"..


CARLOS BASTOS

Pela pesquisa Britto ganharia no 2º turno
O resultado da pesquisa apresentada neste final de semana que apresenta os candidatos Tarso Genro (PT) e Antônio Britto (PPS), com pequena diferença, é um indicativo de que o ex-governador está em condições de ganhar as eleições no segundo turno. A vantagem de Tarso no primeiro turno de menos de dois pontos vai desaparecer no segundo, quando os 6% do candidato do PPB, Celso Bernardi, irão em massa para o candidato do PPS. Leve-se em conta também os votos obtídos pelos tucanos Yeda Crusius e Vicente Bogo, que deverão rumar naturalmente para Britto no segundo turno. Nesta hipótese está se partindo do princípio que os eleitores de Germano Rigotto (PMDB) e de José Fortunatti (PDT), racharão ao meio no segundo turno. Esta tese é pesssimista do ponto-de-vista dos partidários do ex-governador.

Diversas

  • Há muita especulação em torno dos índices do candidato Tarso Genro que baixaram muito na atual pesquisa, mas o equívoco aconteceu no levantamento anterior que foi feito imediatamente após a vitória de Tarso Genro sobre o governador Olívio Dutra na prévia interna do PT, que por seu interesse jornalístico centralizou as atenções da mídia.

  • Em pesquisa de opinião há este detalhe que é a oportunidade e o momento de sua realização, o que provoca distorções no seu resultado, como acontece agora nesta sucessão estadual no Estado.

  • Quanto à posição do PDT no segundo turno só se pode afirmar que os trabalhista não devem apoiar o candidato do PT em hipótese alguma. Isto tem sido dito por Leonel Brizola a seus correligionários. Pode ocorrer, no entanto, a possibilidade de também venha a apoiar o candidato do PPS e os pedetistas sejam liberados para votarem, cada um como entender melhor.

  • Brizola e os pedetistas consideraram insólito o tratamento dado pelo PT com relação à participação do PDT no governo Olívio Dutra e a maneira como aconteceu o rompimento.

  • Há, entretanto, uma possibilidade do PDT se juntar com Antônio Britto no segundo turno. Isto vai acontecer se Ciro Gomes, presidenciável do PPS, conseguir chegar em segundo lugar e ficar para a disputa do segundo turno com Lula.

  • Nesta hipótese será mais que natural o apoio dos brizolistas a Britto, pois estarão aliados na eleição presidenciável e Lula será seu adversário comum.

  • Outra chance de aproximar o eleitorado pedetista gaúcho da candidatura Britto é a escolha de um nome do PDT para candidato a vice-presidente de Ciro Gomes, Miro Teixeira, Alceu Collares, ou o próprio Leonel Brizola.

  • Esta semana o PSDB gaúcho deve decidir se concorre com candidato próprio ou repete a aliança com o PMDB, que está prestes a se tornar realidade no âmbito nacional.

  • Estará sendo comemorado esta noite no Galpão Crioulo do Parque da Harmonia o aniversário do deputado Paulo Odone Ribeiro, que será candidato a deputado federal em outubro pelo PPS. O candidato a governador Antônio Britto e o candidato à reeleição para o Senado, José Fogaça, estarão presentes.

  • Retornando de sua viagem à Europa, o candidato do PT, ex-prefeito Tarso Genro, concede esta manhã entrevista coletiva à imprensa.

    Última
    O PTB gaúcho está perplexo com a decisão da direção nacional do partido de suspender a vinda a Porto Alegre nesta segunda-feira, para fazer uma tentativa de solucionar o impasse. O comando nacional exige o apoio à candidatura José Fortunati ao governo por parte dos petebistas gaúchos, que estão propensos a apoiar o nome do ex-governador Antônio Britto. Outra inconformidade dos gaúchos é com o acordo a nível nacional entre os dois partidos que prevê, também, a aliança nas nominatas de candidatos às Assembléias e Câmara Federal.


    Editorial

    SEMPRE OU NUNCA ABRIR O COMÉRCIO AOS DOMINGOS?

    Há uma década que se discute a liberdade para o comércio abrir suas portas aos domingos. Depois do ano passado, quando acordo entre o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre, Sindilojas, e o Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre, Sindec, permitiu o funcionamento em 10 domingos, tudo levava a crer que em 2002 haveria a continuidade do processo, com acréscimo de mais dois dias, ou seja, abertura durante 12 domingos. Ledo engano, nada foi acordado ou, se foi, não houve o cumprimento. As posições estão tomadas desde muito, os lojistas querem abrir, os comerciários são contra. Os primeiros alegam que haveria mais empregos, os empregados reclamam pelo descanso semanal e uma boa remuneração. Posições defensáveis, dependendo de que lado a pessoa se coloca. Agora, Paulo Afonso Feijó, novo presidente da Federasul, manifestou-se amplamente favorável à abertura. Como ex-dirigente da Associação Gaúcha dos Supermercados, Agas, e da Associação Brasileira de Supermercados, Abras, ele lembrou que com o trabalho aos domingos os supermercados, que empregavam 700 mil pessoas, contrataram mais 60 mil. Mas, os comerciários refutam os dados, alegam que falta é poder de consumo e que os empregados que não aceitarem trabalhar serão demitidos, os posicionamentos antagônicos voltam ao debate.

    Em princípio, somos favoráveis à abertura, por acordo entre os lojistas e seus empregados, liberdade tão-somente, não obrigatoriedade de trabalhar, seguindo, aliás, a lei 6.988, de 1992.

    Ocorre que os costumes mudaram e está aí o censo 2000 do IBGE comprovando. Temos mais saúde e educação, porém a concentração de renda continua, enquanto o consumo aumentou, "algo ilógico", falou o presidente da República. Certamente que os pesquisadores do IBGE não conseguiram captar toda a economia informal, que gera dinheiro mas não aparece nos dados oficiais. Pelo menos não com as quantias efetivamente tiradas, caso dos ambulantes e camelôs, mais as transações tipo Caixa 2, sejam de que porte forem, artifícios, legais ou não, para fugir do IR e outras tributações. Aliás, isso é o que a CPMF tem detectado, segundo a Receita Federal vem alertando, convocando para explicações centenas de profissionais liberais e pessoas jurídicas. Então, os lojistas estão perdendo na disputa pela abertura sempre aos domingos, para as redes de supermercados. E perdem feio, pois os supermercados oferecem, além de alimentos, sua vocação, roupas, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, ferragens e tintas, pneus, óleos lubrificantes e vestuário básico, além de brinquedos. O comércio chamado de a céu aberto, na Azenha, Assis Brasil, na Benjamin Constant e nos bairros tem dificuldades para enfrentar a migração dos consumidores rumo aos centros comerciais, climatizados e com área de lazer. Os estabelecimentos do Centro da Capital, coitados, não reagem mais, fecham e pronto, não insistem, é nunca aos domingos, com uma ou outra exceção. Nem o Programa de Revitalização da Área Central dá esperanças de que a situação mude. São outros tempos, hábitos e gerações.

    A Rua da Praia como se conheceu até o início dos anos 70 morreu, como os clubes sociais perderam sua
    freguesia para os bares e danceterias da moda, também de vida meteórica. Nos Estados Unidos ocorreu o mesmo impasse e a solução foi os supermercados manterem fechadas as áreas de utensílios domésticos e outros, nada além de alimentos pode ser vendido. O problema continua, até quando não se sabe. Somente o Sindilojas e o Sindec podem resolvê-lo, com diálogo e concessões mútuas, ou, quem sabe, através da mediação da Câmara Municipal, onde projeto prevê a abertura, aliás.


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    05/13/2002


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