Bonow admite ser o vice de Britto
Bonow admite ser o vice de Britto
O presidente regional do PFL, deputado Germano Bonow, anunciou ontem que o partido aceitou a proposta de aliança feita pelo PPS. Bonow poderá ser o candidato a vice-governador na chapa de Antônio Britto. O ex-governador teve "excelente receptividade dentro do PFL”, disse Bonow, ressaltando que "o acordo já está selado", independente da manutenção da verticalização das coligações. O PFL espera uma mudança na legislação para homologar a aliança na segunda-feira.
A obrigatoriedade de reprodução nos Estados das alianças feitas em nível nacional inviabiliza a indicação do presidente do PFL gaúcho na chapa majoritária do PPS. Apesar disso, ele anuncia que o próximo passo será a elaboração de uma proposta a ser incorporada no plano de governo de Britto.
O deputado Vieira da Cunha (PDT) descarta novas coligações entre os partidos que compõem a Frente Trabalhista e defende que PFL e PTB cumpram o acordo firmado nacionalmente com os pedetistas. “Deve ser respeitado o princípio da verticalidade. O PFL não está entre os partidos que compõem a Frente”, argumenta. Vieira diz que, no PFL, só o senador Antônio Carlos Magalhães é simpatizante da candidatura de Ciro Gomes (PPS).
Fernando Henrique diz que não quer ser reeleito
Para presidente, PFL usou de “má-fé” ao suscitar que ele poderia usar de brecha jurídica para tentar terceiro mandato
O presidente Fernando Henrique Cardoso descartou ontem qualquer possibilidade de comprar uma briga jurídica para viabilizar um terceiro mandato. A afirmação foi feita durante a reunião da Cepal (Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe).
FHC considerou de "má-fé" os rumores segundo os quais poderia se candidatar a uma re-reeleição, pois quando a emenda constitucional foi aprovada, em 1997, ele já era presidente, e o primeiro mandato não contaria nos cálculos da reeleição. Ou seja, a reeleição aconteceria apenas agora.
“Apraz-me, como antigo “cepalino”, exercendo temporariamente funções presidenciais – e instinto no temporário, diante de alguns rumores de má-fé -, ver que a Cepal continua com a vivacidade de sempre”, afirmou.
FHC foi membro da Cepal entre 64 e 67, quando se auto-exilou no Chile, após o movimento militar que derrubou o governo João Goulart no Brasil e iniciou uma onda de perseguições políticas.
Por causa do SNI, costa Leite desiste de ser vice
Decisão foi tomada ontem. Ex-presidente do STJ disse que sua permanência no partido prejudicaria Garotinho
O ex-presidente do STJ (Supremo Tribunal de Justiça), Paulo Costa Leite, não é mais o vice de Anthony Garotinho (PSB) na chapa majoritária à Presidência da República e se desfiliou do partido. Ontem à noite, Costa Leite falou para o jornal O Sul sobre os motivos que o levaram a tomar a decisão.
"No final de semana a revista Época publicou uma matéria requentada, que já tinha saldo anteriormente em vários jornais", enfatizou. A reportagem revelava que Costa Leite havia sido consultor do extinto SNI (Serviço Nacional de Informação) durante o regime militar. "Isto é uma grande palhaçada que fizeram para desestabilizar a candidatura de Garotinho. O governo está desesperado. Foi uma maldade."
Costa Leite conta que ingressou na ENI (Escola Nacional de Informação) em 1973 como professor de análise de informação e de Direito. De 1978 até 1984, foi assessor jurídico do SNI (Serviço Nacional de Informação). “Nunca pratiquei nenhum ato que me envergonhasse. Fui assessor jurídico. Agora, fazem ilações, mas não apontam nada, porque não têm nada. Sou um cara conhecido. Em Brasília, não há quem não saiba sobre minha história”, ressaltou.
PMDB e PDT acertam reunião
O PMDB e o PDT fecharam ontem um acordo de apoio mútuo para o segundo turno, durante visita das direções estadual e municipal do PMDB a José Fortunati, pré-candidato do PDT ao governo.
Fortunati agradeceu a presença da direção do PMDB e disse que "candidato estar na frente nas pesquisas não significa que vá chegar em primeiro lugar”. A referência é aos pré-candidatos Tarso Genro (PT) e Antônio Britto (PPS). Já Rigotto, reafirmou apoio ao concorrente pedetista, “companheiro de caminhada ao Piratini”. Disse que tudo vai mudar e a polarização da eleição em torno de Britto e Tarso acaba depois da Copa do Mundo e do final das observações partidárias. “Veja o que aconteceu com a Frente Trabalhista.”
BRITTO- Para o presidente estadual do PMDB, Cezar Schirmer, as duas siglas estariam coligadas desde o primeiro turno se não fosse a verticalização. Ele vê um clima de grande entendimento entre PMDB e PDT. Sobre Britto, a opinião de Schirmer é clara: “É um elemento desagregador. Brigou com o PDT e fez o ex-presidente do PPS sair do partido, quando entrou. Ele se acha um Reizinho.
Mendes Ribeiro Filho, presidente do diretório metropolitano do PMDB, aposta na coligação com o PDT no segundo turno e diz que o encontro foi um abraço institucional à Capital, na figura do presidente da Câmara Municipal, José Fortunati.
Vieira acredita que PPB poderia aliar-se a Britto
Ao comentar a aliança entre PFL e PPS, o presidente provisório do PDT, deputado Vieira da Cunha, afirmou que o fato de os dois partidos terem sido aliados no governo Britto pode render também o apoio do PPB ao ex-governador. "Não me surpreenderia se o PPB, que participou da administração Britto, revisse sua candidatura e apoiasse Britto", cogita.
O pré-candidato do PPB ao governo, Celso Bernardi, rechaça a declaração de Vieira. "Não existe essa possibilidade. Além do Vieira não resolver os problemas do seu partido, fica dando palpites dos outros. Ele não conhece nem o PPB, nem a minha dignidade”, reagiu.
Bernardi reiterou que jamais abrirá mão da sua candidatura ao governo. “Não serei vice de ninguém. Tenho palavra e cumprirei com ela. Esta é uma intromissão descabida do Vieira. Me parece que o seu partido é que tem problemas a resolver”, disse.
O PDT ainda tenta manter a formação da Frente Trabalhista no RS, conforme decisão nacional que vincula PDT, PTB e PPS. Por enquanto, lideranças locais do PTB ainda não se definiram se apóiam o PDT ou o PPS.
Pré-candidatos trocam farpas durante debate
Encontro entre os principais pré-candidatos ao Planalto foi na CNI, com a presença dos principais empresários do país
O s quatro principais pré-candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS), José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB), tiveram ontem o segundo encontro para divulgar suas propostas de governo. O evento foi promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), que questionou os presidenciáveis sobre a política industrial que irão adotar para o país caso sejam eleitos. Os pré-candidatos não trocaram perguntas entre si, o que não impediu ofensas e provocações.
Lula criticou o modelo previdenciário para o país proposto por Ciro Gomes, chamando-o de "bravata". Serra, a exemplo do que fez na quarta-feira, se esquivou das acusações feitas por Ciro. "Estou disposto a debater com Ciro indústria, escola, emprego. Não vou descer degraus. Na política, não desço os degraus da baixaria", afirmou.
Ciro retrucou, chamando o tucano de inescrupuloso. "Se eu fosse ministro da Saúde e pagasse R$ 1,8 milhão para contratar uma firma de arapongagem com o dinheiro do povo estaria me comportando de forma inescrupulosa, e é o que acho dele", afirmou. Ele também acusou Serra de ter trabalhado contra o Plano Real em 1993, quando era líder do governo na Câmara dos Deputados.
Lula falou da reforma tributária e disse ser contra a Alca, mas a favor do livre com ércio. Defendeu a projeção do país no mercado internacional, controle da inflação e, ainda, aumento da exportação para gerar mais empregos, além da volta do carro a álcool.
O pré-candidato tucano garantiu que continuará com os avanços do governo FHC, mas com ênfase, nas áreas sociais e “correções” pontuais na política econômica. Além da austeridade fiscal, disse ele, é preciso persisitir com metas de inflação e com uma política cambial responsável.
O pré-candidato do PPS criticou a situação da economia do país e a globalização, segundo ele, uma “ideologia de quinta categoria que ganhou corações e mentes no Brasil”. Ciro defendeu a poupança interna, a convergência entre setor público e iniciativa privada, investimentos em capital humano e capacidade de planejamento estratégico e de longo prazo.
Já Garotinho defendeu a reforma tributária como “o ponto número um do próximo presidente”. Disse que é preciso acabar com impostos cumulativos, como a CPMF, que tiram espaço da indústria brasileira no mercado nacional e inviabilizam a competição no exterior. “Só o crescimento econômico irá garantir a estabilidade e a paz social do país”, afirmou.
Editorial
GRANDE LIÇÃO
Há dois anos, o povo brasileiro foi brindado pelo governo com uma grande inovação, que beneficia diretamente todos os segmentos da sociedade. Os 400 medicamentos genéricos registrados trouxeram um benefício enorme, barateando o preço dos remédios em 40% e, em alguns casos, em até 80%. Mensalmente, desde que começaram a ser comercializados em maio de 2000, o consumo aumenta 15%. Hoje, a produção destes medicamentos representa 4% do total de 1,6 milhão de unidades produzidas a cada ano e a previsão é de que chegue a 30% até 2003.
Os ganhos trazidos pelos genéricos ficam mais evidentes quando se observa a evolução dos preços dos medicamentos de marca, que subiram, em média, 366% durante o Plano Real - muito acima dos índices oficiais de inflação, que rondam os 100% no mesmo período. Além disso, com o aumento da concorrência, os grandes laboratórios tiveram de se adaptar às leis de mercado e passaram a fazer reajustes abaixo dos estipulados pelo governo. Pesquisa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão que também fiscaliza as condições técnicas em que são produzidos os genéricos) aponta que os sete produtos de marca com maior faturamento tiveram seus valores reajustados em, no máximo, 7,7% entre agosto de 2001 e março último, quando o limite permitido era de 8,49%. Mais do que benefícios práticos, que dão resultados no bolso e na saúde das pessoas - é bom lembrar que grande parte da população deixa de tomar medicamentos por falta de condições financeiras - os genéricos representam também um avanço nos números da macroeconomia. Do total de 29 empresas que produzem genéricos no país, 20 são de capital nacional. Fica claro portanto que, no caso dos medicamentos genéricos, a tão propalada substituição das importações, que assume destaque nos discursos dos postulantes à presidência da República, é uma realidade, não uma teoria. Se a expansão dos genéricos no mercado continuar, os números da balança comercial brasileira, ainda uma preocupação constante para o governo e investidores estrangeiros, podem ser outros, ao menos no setor de medicamentos.
Enfrentar os laboratórios multinacionais não é tarefa fácil, mas o governo brasileiro se impôs, superou os obstáculos legais e, agora, a quebra de patentes de medicamentos é um exemplo mundial. A grande conquista que representam esses novos remédios pode ser encarada também como uma lição histórica para todos os eleitores e aqueles que ocupam órgãos públicos: a de que quando há vontade política, as coisas são feitas de forma competente e eficaz por parte do governo.
A Reforma Tributária, por exemplo, sempre adiada, não teria já saído do papel se o Executivo não tivesse arrastado com leniência a questão ao longo dos últimos sete anos? Que da experiência altamente positiva dos genéricos os nossos governantes tirem os devidos aprendizados, sobretudo de que o avanço do Brasil pode se fazer por vontade nossa.
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05/10/2002
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