Gilvam apóia aumento salarial para servidores federais



O senador Gilvam Borges (PMDB-AP) apoiou nesta segunda-feira (27) a luta dos servidores federais por melhores salários e recomposição de seu poder de compra. Ele disse que tem acompanhado a guerra que os servidores vêm travando para conseguir algum aumento real de salário, por mínimo que seja, sendo que algumas categorias recorreram ao direito de greve e ficaram paralisados por mais de 70 dias.

- Não podemos, de modo algum, ver esses movimentos com os olhos frios da imparcialidade e achar que se trata de apenas mais uma greve, de apenas mais uma reivindicação por melhores salários, realizada pelos servidores públicos, valorosos trabalhadores tão injustiçados pela mídia e pelo povo brasileiro - afirmou.

Gilvam lembrou que os servidores públicos federais estão há dez anos sem aumento real de salário e acumulam no período de 1995 a 2005 uma perda de 59,15% em seus vencimentos básicos, o que demanda um reajuste de 144,79% para recuperar os prejuízos, de acordo com dados da Confederação dos Trabalhadores do serviço Público Federal (Condsef).

- Se os servidores são mal pagos, obviamente trabalham insatisfeitos, e essa insatisfação se reflete na qualidade dos serviços prestados à população e também na auto-estima dos trabalhadores do setor público - ressaltou.

Gilvam lembrou que o governo vem adotando uma política de correção salarial por categorias, de modo não linear, que ainda não foi o bastante para corrigir as distorções, chegando mesmo, em alguns casos, a agravá-las.

O senador disse que, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, os serviços públicos têm sido enfraquecidos, tanto na qualidade do atendimento quanto às condições de trabalho dos servidores. Ele lamentou que a imprensa aponte os servidores como privilegiados, porque têm estabilidade e salários melhores do que os trabalhadores da iniciativa privada, dizendo que "não é bem assim".

Gilvam citou o estudo realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com 14 mil médicos, em todos os estados, que constatou que a grande maioria desses profissionais está submetida a condições de trabalho aviltantes: salários baixos, plantões de 14 horas e três empregos para ganhar, em média, menos de R$ 2 mil. O estudo também constatou que apenas 17% dos médicos têm um único emprego.

No ranking nacional, de acordo com o estudo citado pelo senador, o estado de Sergipe é o que paga o salário mais baixo: apenas R$ 750, em média, para uma jornada de 20 horas semanais, já incluídos os vencimentos incorporados aos contracheques. Em seguida, vem o estado de Alagoas, que paga R$ 850. Ainda segundo esse mesmo levantamento, 70% dos médicos pesquisados atuam no setor público e 15% dedicam-se apenas à sala de aula.



27/08/2007

Agência Senado


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