Gilvam Borges critica taxas de juros cobradas pelo mercado financeiro
Às voltas com uma demanda de consumo reprimida, as classes menos favorecidas, segundo observou, acabam se tornando alvo fácil da "voracidade" do mercado financeiro. Na sua opinião, a "manipulação publicitária e o apelo consumista" prosperam frente ao reduzido nível de informação e à estreita margem de escolha da população de baixa renda, que, sem condições de honrar os débitos contraídos, fica inadimplente.
Não bastasse a gama de produtos financeiros a estimular o consumismo, como empréstimo pessoal, cheque especial e cartão de crédito, Gilvam também se queixa da disparidade entre a taxa de juros que remunera a poupança e a aplicada nas operações com cheque especial. Enquanto a remuneração da poupança limitou-se a 0,71% em abril, a taxa de juros do cheque especial variou de 7,7% a 9,9% no período.
- Nessa linha, além de submetermos a sacrifício constante os cidadãos, permaneceremos como um dos países que detém uma das taxas de poupança individual mais baixas do mundo - alertou. Apesar da resistência em reduzir os juros, a autoridade monetária tem adotado, segundo o senador peemedebista, algumas medidas em prol do consumidor, como a obrigatoriedade de os bancos informarem aos clientes o valor do pagamento dos juros do cheque especial.
Embora reconheça as conquistas obtidas pelos consumidores de produtos bancários, Gilvam Borges insiste em defender a fixação de taxas de juros em bases "mais razoáveis e realistas". Ao adotar esse procedimento, o governo estaria fomentando "a engenhosa máquina econômica, propiciando investimento e produção, por um lado, e maior consumo, por outro".
16/08/2001
Agência Senado
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