Gilvam Borges pede a Lula que oriente ministro a negociar com policiais federais



"Chamo a atenção para o perigo de um documento assinado por um ministro da Justiça do país não valer mais que um risco n'água, pois se não se pode acreditar na assinatura de um ministro que fala pelo governo, em quem haveremos de acreditar?" O alerta foi feito pelo senador Gilvam Borges (PMDB-AP), nesta quinta-feira (12), que, da tribuna do Plenário, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que oriente o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a procurar os representantes de entidades de classes de servidores da Polícia Federal na busca de um entendimento.

Gilvam Borges classificou de "irresponsabilidade e de falta de aptidão para o cargo" o fato de o ministro Paulo Bernardo ter deixado os representantes dos policiais esperando por várias horas na sede do ministério, e não recebê-los. Os policiais federais querem o cumprimento do acordo assinado no início do ano passado pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, garantindo um reajuste de 60% para a categoria. A primeira parcela, de 30%, foi paga em junho do ano passado, como o previsto. A segunda, que venceu em dezembro último, ainda não foi quitada.

No dia 28 de março passado, quando os policiais fizeram uma paralisação de alerta, Gilvam Borges ocupou a tribuna e exibiu uma cópia do documento assinado por Thomaz Bastos. O senador disse estar preocupado com a possibilidade de os policiais realmente entrarem em greve na próxima semana, deteriorando ainda mais a situação da segurança pública no país, que, na sua avaliação, beira a guerra civil.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) comparou a situação do país com a do Iraque. Ele informou que em janeiro deste ano ocorreram 596 homicídios somente no Rio de Janeiro, um número 10% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Em todo o Iraque, cerca de 1.800 pessoas teriam sido assassinadas. O parlamentar piauiense computou que, se forem somados todos os crimes com morte no Brasil, esse número superaria em muito ao daquele país do Oriente Médio, que está em guerra e sofre com atentados quase que diários.



12/04/2007

Agência Senado


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