Gilvam compara CPI do Futebol à Inquisição
- Os questionamentos e levantamentos feitos pela CPI nas contas da Confederação Brasileira de Futebol tiveram respostas, justificativas, que foram relegadas no relatório - argumentou Gilvam Borges, afirmando que motivações políticas teriam norteado o trabalho de Althoff e de Álvaro Dias, respectivamente relator e presidente da comissão.
- A clara disposição da presidência da CPI de enfocar restritivamente o eixo Rio-São Paulo do futebol brasileiro deu-me a justa interpretação de uma tarefa voltada para os holofotes nacionais, como uma mariposa em busca de luz, transformando a busca da verdade plena, à qual uma CPI se encontra atrelada, em um palanque para eleições governamentais - disse.
Gilvam Borges disse acreditar que os termos do relatório podem acarretar prejuízos permanentes às pessoas investigadas pela CPI, antes de qualquer decisão da Justiça sobre os fatos. Ele comparou o trabalho da comissão à Santa Inquisição.
- A CPI do Futebol não quer saber de inocentes ou culpados, preferindo pegar politicamente alguém para pagamento dos pecados de muitos. Punição esta, pior que aquela a ser buscada pelo Ministério Público, posto que no âmbito judicial, a liberdade de defesa ampla estará assegurada - afirmou.
Um dos erros da comissão, expostos no texto lido por Gilvam antes da votação do relatório de Althoff, é que, segundo ele, as investigações da CPI pouparam clubes da Região Sul. Ele lembrou que o Flamengo mereceu 201 páginas no relatório, enquanto todo futebol sulista mereceu 41 páginas.
Além disso, sustenta o senador do PMDB, a CPI não teria se preocupado com o que ele entende ser o principal problema do futebol brasileiro: a disputa política e econômica em torno do esporte.
- Não são alguns cartolas que estão a jogar ladeira abaixo o futebol brasileiro. A quem interessa que estejam fora (os cartolas) do circuito futebolístico? A quem interessam os contratos milionários que estão por vir na Copa de 2002? - questiona Gilvam Borges.
06/12/2001
Agência Senado
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