Gilvam diz que reunião do Parlatino virou evento pró-Chávez



Ao protestar contra o fato de que não teve direito a voz, mesmo representando oficialmente o Senado, na reunião da Comissão de Meio Ambiente e Turismo, do Parlamento Latino-Americano (Parlatino), realizada em Caracas, nos dias 27 e 28 de julho, o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) disse que o encontro não passou de um evento político em benefício do presidente venezuelano Hugo Chávez.

- Com duas semanas de antecedência reuni minha assessoria preparei um discurso com dados e estatísticas minuciosamente coletados, visando contribuir com a discussão do assunto meio ambiente e turismo. Foi em vão. A exceção dos representantes de Cuba e da Venezuela, nenhum outro teve direito a falar. Foi o mais deslavado ato de proselitismo político pró-Chávez - afirmou Gilvam Borges.

O senador disse que também ficou impressionado com a propaganda maciça em favor de Hugo Chávez nas ruas de Caracas. Ele disse que o dinheiro público naquele país vem sendo gasto para promover o presidente venezuelano. Gilvam Borges contou ainda que até as bancas de revista são enfeitadas com bonecos de Chávez e que fotografias dele estão espalhadas por toda a cidade.

- Vi uma fotografia onde Hugo Chávez, enxeridamente, intrometidamente, está ao lado de reproduções de Che Guevara, Simon Bolívar e Fidel Castro. Ele lá no meio. Lindo, lindo, lindo - ironizou Gilvam Borges.

Visando se perpetuar no poder, opinou Gilvam Borges, Hugo Chávez vem utilizando o dinheiro obtido com a venda do petróleo para sustentar projetos assistencialistas, em vez de investir na infra-estrutura e no desenvolvimento do país, ou na geração de empregos. Na avaliação do senador, o presidente venezuelano está perpetuando a pobreza em vez de garantir o direito à população de trabalhar para garantir sua dignidade e independência.

Em aparte, o senador César Borges (DEM-BA) disse que já não é mais possível classificar o sistema político venezuelano como uma democracia. Ele argumentou que embora Hugo Chávez tenha chegado democraticamente ao poder, através de eleições livres, utilizou-se destasinstituições democráticas para se perpetuar na Presidência. O parlamentar comparou que "situação semelhante ocorreu na Alemanha Nazista e na União Soviética".



23/08/2007

Agência Senado


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