Gleisi comemora aprovação do reajuste no valor pago pelo Brasil ao Paraguai pela energia de Itaipu




A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) classificou como histórica a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do acordo entre o Brasil e o Paraguai para triplicar o valor pago ao país vizinho pelo excedente de energia produzida na usina hidrelétrica de Itaipu. Com a aprovação, na última quarta-feira (6), o Projeto de Decreto Legislativo 2600/10, que contém o acordo, passará à análise do Senado.

De acordo com a Agência Câmara, o aumento no repasse havia sido definido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente paraguaio Fernando Lugo em 2009. O Congresso do Paraguai já aprovou a mudança, mas ela somente pode entrar em vigor com a aprovação no legislativo brasileiro.

Para a senadora, a alegação de que o Paraguai deve muito ao Brasil, que investiu mais na construção da usina, não têm razão de ser, já que o que ocorreu foi uma operação de crédito. Gleisi Hoffmann afirmou não ser justo que o valor deixe de ser corrigido, já que, pelo acordo, o Paraguai é obrigado a vender o excedente de energia ao Brasil até 2023.

- O Paraguai poderia muito bem vender essa energia a outro país, mas, por força do tratado, é obrigado a nos vender. Eu penso que é justo, com o passar do tempo e dos anos, que nós façamos o ajuste de contas porque o tratado de Itaipu, no quesito financeiro, não é reajustado pela realidade econômica do Brasil ou do Paraguai, mas sim por dois índices que medem a inflação americana - justificou

Ainda segundo Gleisi Hoffmann, o tratado coloca o Brasil em situação confortável e cria uma relação de respeitabilidade com o país vizinho.

Custo

Em aparte, o senador Cristovam Buarque disse que acordo só é bom se agradar aos dois lados interessados. Para ele, as imposições não terminam bem porque o lado sacrificado acaba reagindo e gerando um custo ainda maior.

- É muito mais barato a gente fazer as concessões que está fazendo e manter uma boa relação com o Paraguai do que ter que manter tropas ao longo da fronteira, por causa de um incômodo da população paraguaia. Ou, ainda mais grave, ter que ocupar Itaipu com forças militares brasileiras, deslocando o Paraguai e criando um clima de guerra que a gente sabe como começa, mas não como termina - afirmou o senador.



07/04/2011

Agência Senado


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