Google deve assinar termo de conduta com PF e Ministério Público



O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia , senador Demóstenes Torres (DEM-GO), anunciou, nesta quarta-feira (16), a provável assinatura de termo de ajustamento de conduta entre o site de buscas Google, o Ministério Público e a Polícia Federal. A intenção é diminuir a prática de atos de pedofilia no Orkut, sitede relacionamento do Google.

Segundo explicou, o termo estabelece que o Google fornecerá o conteúdo das páginas fechadas no Orkut independentemente de pedido judicial ao Ministério Público e à Polícia Federal. Também desenvolverá uma ferramenta para impedir que pedófilos coloquem material nas páginas, já que, atualmente, é possível inserir fotografias e restringir o acesso às mesmas apenas a pessoas autorizadas. Representantes do Google participarão de reunião da CPI na próxima semana.

Ainda de acordo com o senador, 90% dos crimes de pedofilia no Brasil ocorrem dentro do Orkut. Caso se confirme a assinatura do termo, o Google vai passar a "colaborar sistematicamente em todos os pedidos do Ministério Público e da PF".

- Vamos dar um golpe decisivo nos pedófilos do Brasil - avaliou Demóstenes.

Requerimentos

Os integrantes da CPI da Pedofilia também aprovaram requerimento de realização de diligência em Belém (PA), nestas quinta (17) e sexta-feiras (18), para ouvir o bispo de Marajó, Dom José Luiz Azcona Hermoso, sobre denúncia de que crianças entre 12 e 14 anos estariam se prostituindo em troca de comida em municípios paraenses.

Nesse mesmo período, a comissão vai participar ainda de encontro com procuradores-gerais de Justiça em Belém. A intenção é montar uma rede de informações interligando a Polícia Federal, as polícias estaduais, os ministérios públicos estaduais e federal, o Ministério da Justiça, a CPI e a organização não-governamental SaferNet, destinada a levantar dados, atualizar a legislação brasileira sobre o assunto e ver o que precisa ser feito em termos de ação repressiva.

Outro requerimento aprovado questiona o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre a intenção do Brasil em aderir à Convenção de Budapeste, que trata de crimes cibernéticos. A convenção é restrita à Europa, mas outros países, como os Estados Unidos, já aderiram, adiantou Demóstenes. O documento detalha, entre outros pontos, o que a legislação de cada país signatário deve conter para combater os crimes de pedofilia e como estabelecer uma colaboração mais estreita para a prisão dos pedófilos, independentemente de estarem ou não em seus países.

A CPI também vai ouvir o juiz da comarca de Niquelândia (GO), Rinaldo Barros, cidade em que foi identificada uma rede de prostituição infantil em 2007, e o juiz de Direito José Antonio Daltoé Cezar, da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Porto Alegre. Outro requerimento aprovado autoriza o presidente da SaferNet, Thiago Tavares, a prestar serviços à comissão.



16/04/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


CPI avalia 20 meses de termo de conduta firmado com Google

Demóstenes: assinatura de termo de ajustamento de conduta pelo Google é um momento de triunfo

CPI da Pedofilia volta a convocar direção do Google para discutir termo de conduta

Ministério Público sugere termo de conduta para resolver crise da carne no Pará

Google assina acordo com Ministério Público Federal

Magno Malta vai enviar dados do Google para análise da PF e do Ministério Público