Governo convoca empresariado a investir na indústria nacional de defesa



O ministro da Defesa, Nelson Jobim, convocou o empresariado brasileiro para investirem na revitalização e no desenvolvimento da indústria nacional de defesa. Segundo o ministro, ao contrário de décadas anteriores, o País se encontra atualmente num momento propício para dar “um salto qualitativo” nesse setor, sobretudo em razão das mudanças ocorridas nos últimos anos no panorama político-econômico nacional.

O convite ao empresariado ocorreu nessa terça-feira (24) durante palestra do ministro para o  Conselho de Administração da Odebrecht, em São Paulo. Durante sua exposição, Jobim lembrou as iniciativas que o governo vem tomando para aperfeiçoar, institucionalmente, a defesa nacional. De acordo com ele, parte dessas iniciativas cabe essencialmente ao Estado, mas a parcela referente aos investimentos requer o envolvimento do setor privado.

Do ponto de vista do setor público, afirmou Jobim, há vários avanços em curso, como a implementação de um plano de articulação e equipamento de defesa e de modificações na legislação tributária e orçamentária com objetivo de dar previsibilidade ao setor. No entanto, pontuou o ministro, o esforço necessário para modificar o atual estado da defesa não pode depender apenas do governo. “Todos os agentes envolvidos nesse processo precisam contribuir para a construção da realidade almejada”, completou.


Oportunidades internacionais

O ministro cobrou mais agressividade das empresas nacionais na exportação de produtos e serviços de defesa. Citando dados da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), ele ressaltou o fato de que, no Brasil, apenas 132 empresas são filiadas à entidade, das quais somente 35 exportam o equivalente a R$ 1 bilhão, quantia mínima em relação ao que movimenta esse mercado no mundo: R$ 1 trilhão.

Jobim lembrou que, das 100 empresas melhor ranqueadas na área de defesa no mundo, apenas uma é brasileira, a Embraer, que figura na 95ª posição. Das dez primeiras, sete são americanas e três são associações de grupos europeus. “Esse fato sugere que os atores nacionais devam ter estatura e musculatura compatíveis com o grau de agressividade requerido nessa faixa de mercado”, opinou.

O ministro chamou a atenção dos empresários para as oportunidades no campo internacional para as empresas brasileiras que atuam com defesa.Existem  oportunidades , segundo ele,  no atendimento a demandas da Organização das Nações Unidas (ONU), que vem adotando uma política de terceirização de suas necessidades por meio de main contrators. De acordo com Jobim, embora esse mercado movimente cerca de US$ 6 bilhões, apenas 14 empresas brasileiras atuam nele, com uma participação de menos de US$ 1 milhão.

Outra oportunidade para as empresas brasileiras está no âmbito da União Sul-Americana de Nações (Unasul). Segundo Jobim, nesse fórum os países buscam complementaridade e intercâmbio, prevalecendo, também no campo das relações comerciais setoriais, o relacionamento do tipo “ganha-ganha”.


Fonte:
Ministério da Defesa



25/05/2011 19:21


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