Governo discute novas medidas para reduzir indexação da economia, diz secretário da Fazenda
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland de Brito, anunciou nesta quarta-feira (4) que o governo analisa como reduzir a indexação da economia. Ele garantiu, porém, que qualquer alteração não significará “ruptura ou rompimento de contratos”, que deverão ser alterados à medida de seus vencimentos.
“Não há nenhuma medida extraordinária e mirabolante que envolva contratos. Muitos planos de investimentos também são realizados em cima desses contratos e são de grande importância para o País”, disse.
De acordo com Holland, antes de qualquer decisão, o governo vai promover ampla discussão com a sociedade para descobrir quais preços são "mais persistentes" e como reduzi-los de forma mais suave ao longo do tempo.
O secretário deu como exemplo o setor de serviços, que tem uma variedade maior de indexações, e citou o caso dos aluguéis, que têm parte dos contratos corrigidos pelo Índice Geral de Preços (IGP). Segundo ele, após discussão, o objetivo seria induzir a mudança nos contratos para outro índice, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado pelo governo para as metas de inflação.
Para Holland, é normal que esse tipo de problema passe a ser mais percebido agora, quando a inflação está mais alta, perto de 5% ou 6% ao ano. Nessas situações, a tendência é que todos, incluindo os trabalhadores, pressionem para que os reajustes sejam feitos com base em índices considerados mais importantes para repor as perdas. “Os agentes econômicos disputam por reajustes de preços proporcionais à inflação corrente, acumulada ou esperada. Quando estão em 4%, isso não acontece tanto”, disse.
Holland reforçou as projeções do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, de que a inflação deverá convergir para o centro da meta (4,5%), em 2012, mas já este mês, ou em junho, começará a recuar a partir dos atuais patamares.
Ele lembrou que, dos 21 países que anunciam o regime de metas, nove estão com a inflação fora da banda de tolerância. Quanto ao câmbio, ele projeta o dólar a R$1,70 até o próximo ano.
Fonte:
Agência Brasil
04/05/2011 18:50
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