Governo do RS recorre ao STF para manter pardais








Governo do RS recorre ao STF para manter pardais
Deputados derrubaram ontem o veto do governo ao projeto que prevê substituição dos pardais por lombadas eletrônicas

O veto do governador Olívio Dutra ao projeto de lei que prevê a substituição dos pardais por lombadas eletrônicas em rodovias estaduais e federais administradas pelo Estado foi derrubado ontem por 30 votos a 13, na Assembléia Legislativa. De acordo com a proposta, as lombadas devem substituir pardais junto a hospitais, escolas e em locais onde haja comprovação técnica que ocorram muitos acidentes.

O autor do projeto Elmar Schneider (PMDB), entende que os pardais constituem uma indústria de multas e que o projeto é uma resposta ao “clamor das ruas”. “Ao percorrer os municípios do Rio Grande pude acolher a indignação dos caminhoneiros, dos motoristas em geral que, já afrontados com os altos custos dos pedágios e do próprio IPVA, são vítimas da fúria arrecadatória deste governo”, justificou.


Presidente da Farsul é barrado no Palácio Piratini
Sperotto tentou levar água e sanduíches para os nove agentes que estavam desde segunda-feira sentados nas escadas do Palácio

Os ânimos estão acirrados entre o governo do Estado e os agentes penitenciários em greve, Ontem, por volta das 16h, no momento de maior animosidade até aqui, a sede do governo estadual quase foi invadida por dezenas de funcionários. O tumulto aconteceu quando o presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), Carlos Sperotto, e o deputado estadual Luís Augusto Lara (PTB) foram impedidos de entrar no Piratini. Eles tinham nas mãos sanduíches e água mineral para os nove agentes que estavam desde a segunda-feira sentados na escadaria interna do palácio.

“Fui impedido de chegar até os agentes e os seguranças tomaram os mantimentos”, disse Sperotto. Os seguranças do Palácio e o chefe do gabinete do governador Olívio Dutra, Laerte Meliga, pediram que os dois se retirassem. “Não fomos agredidos”, garantiu Aperotto, fora do Piratini.


Governo Federal retira acusação contra vice de Ciro
O Ministério do Trabalho isentou ontem a Força Sindical de suposta irregularidade na aplicação de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) durante a presidência de Paulo Pereira da Silva, candidato a vice na chapa de Ciro Gomes (PPS). As suspeitas foram levantadas pela Controladoria-Geral da União. Em nota à imprensa, o ministério atribuiu a um “procedimento indevido” na alimentação do sistema de informática a identificação de um trabalhador treinado em 32 cursos profissionalizantes.

A controladora-geral da União, Anadyr Rodrigues, também divulgou nota alegando que essa não foi a única irregularidade levantada em auditoria. A explicação do Ministério “não esgota as questões suscitadas no relatório de auditoria”, diz.


O tempo de TV de cada candidato
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou ontem o tempo de TV de cada candidato à Presidência no horário eleitoral gratuito, que começa dia 20. Os programas de 25 minutos irão ao ar duas vezes por dia, às terças, quintas e sábados.

José Serra (PSDB) terá 10 minutos e 23 segundos em cada bloco, o que corresponde a 41,3% do total. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá 21,3% do tempo – 5 minutos e 19 segundos. Ciro Gomes (PPS) ocupará 4 minutos e 17 segundos (17,1%) e Anthony Garotinho (PSB) terá 2 minutos e 13 segundos, ou 9,3% do total.


Collor diz que Ciro cresceu porque é parecido com ele
O candidato ao governo de Alagoas pela Frente Popular Trabalhista (PRTB, PTB, PPS, PFL), o ex-presidente Fernando Collor, atribuiu a si o crescimento do candidato da Frente Trabalhista Ciro Gomes nas pesquisas de intenção de voto. Collor disse ontem, em entrevista a uma emissora de TV, que Ciro começou a crescer quando a imprensa descobriu que seu partido, o PPS, estava coligado com Collor em Alagoas. “Desde que a imprensa nacional começou a vincular o nome de Ciro ao meu, o Ciro cresceu”, alega Collor.

O ex-presidente disse ainda que a “boa aceitação do nome de Ciro” está relacionada com a semelhança física dos dois e entre os dois projetos políticos. “Sou jovem e Ciro é um pouco mais jovem do que eu. Somos do Nordeste, temos compromisso político com o desenvolvimento desta região que sofre com o preconceito e somos o novo”, disse Collor, em entrevista na qual fez muitas críticas ao governo de Ronaldo Lessa (PSB), seu principal adversário na corrida eleitoral pelo governo de Alagoas. Ele também atacou a política econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso. “Esse pessoal que está aí do lado de Fernando Henrique está quebrando o Brasil.”


“Não sou parecido com Collor”, rebate Ciro
A comparação feita por Fernando Collor irrita o candidato do PPS à Presidência. Desde o começo da campanha, Ciro Gomes tenta desvincular sua imagem da do ex-presidente. Até admitiu ter sido eleitor de Lula. Em entrevista à rádio Bandeirantes, ontem pela manhã, Ciro reagiu às declarações de Collor.

Ele fez questão de afirmar que não se acha parecido com o candidato ao governo de Alagoas e tentou desfazer qualquer vinculação com Collor. “Não sou parecido com Collor. As pessoas querem me agredir e me atacar. A única coisa que pode ser parecida é que fiz minha vida pública no Ceará.


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA

Identificação
Um grupo de servidores públicos do RS homenageou o deputado federal do PMDB Mendes Ribeiro, devido a sua identificação com a causa do funcionalismo durante o governo anterior.

Surf
Surfistas e familiares de vítimas fatais pediram à Assembléia a aprovação do projeto do deputado estadual do PDT Kalil Sehbe, que prevê a demarcação de área para o esporte.

Orgulho gay
A Comissão de Educação da Câmara aprovou projeto que institui o 28 de junho como o Dia Nacional do Orgulho Gay e da Consciência Homossexual. O texto foi relatado pela deputada federal do PT Esther Grossi, presidente da Comissão.

Subvenções sociais
O deputado estadual do PT Maria do Rosário solicitou, em nome da bancada, urgência para a votação do projeto de sua autoria que veta a concessão de auxílios e subvenções sociais pela Assembléia. A resolução permite verbas de até R$ 25 mil fere o princípio de impessoalidade, diz ela.

Impeachment
Por falta de quórum, foi suspensa ontem a sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia que examinaria parecer do deputado estadual do PTB Manoel Maria sobre pedido de impeachment do governador.

Tucaninho
O Instituto Teotônio Villela, do PSDB, lança dia 12 em São Paulo, o livro O Nascimento do Tucaninho. Dirigido ao público infantil, segundo a deputada federal Yeda Crusius, o livro é uma homenagem a André Franco Montoro, um dos mais importantes fundadores da sigla.


Editorial

HORA DA REAÇÃO

O que é ruim para uns pode ser bom, ótimo e até excepcional para outros. A alta do dólar, pesadelo para os operadores da bolsa, até que vinha sendo comemorada pelos exportadores. Com o real desvalorizado, o produto nacional fica mais barato lá fora e, é claro, mais se vende para o exterior. Prova disso foi o recorde de julho quando a nossa balança teve um superávit de US$ 1,1 bilhão. Até agora, todos vinham comemorando. Porém, para um futuro não muito distante a apreensão já se antecipava: a falta de financiamento para as exportações. Desta vez, porém, o governo não se mostra disposto a contribuir para o agravamento da crise cambial.

Ontem o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já dava sinais claros de que deverá am pliar as linhas de financiamento voltadas para exportação para ajudar a suprir o segmento no atual momento de volatilidade cambial. O ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, disse que a razão do aumento do crédito é a queda dos recursos do ACC (Antecipação de Contratos de Câmbio) pelos bancos comerciais, em razão da alta da moeda norte-americana. Nada pode ser mais acertado. Ação rápida é fundamental neste momento.

O BNDES, na prática, aumentará os financiamentos para a linha do pré-embarque, na qual o exportador recebe o dinheiro de uma encomenda já contratada antes do embarque. O dinheiro serve principalmente para o capital de giro das empresas.

O ministro explicou que o BNDES fará um remanejamento de recursos no seu orçamento, devido à ampliação das linhas de exportação. O orçamento do BNDES para este ano é de R$ 28 bilhões. "Nesse momento de transição em incerteza, o BNDE,3,aumentará seu papel de agente financiador", ressaltou o ministro. Até o primeiro semestre, o banco financiou US$ 1,8 bilhão para as exportações.

No primeiro semestre, apesar da desvalorização do real e a opção das empresas em exportar mais para compensar a retração do mercado interno, o comércio exterior concentrou-se ainda mais. Estudo da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex) mostra que, no primeiro semestre, 105 companhias que embarcaram mais de US$ 40 milhões em mercadorias responderam por 55,42% do total exportado. No ano passado inteiro, foram 234 empresas dessa mesma faixa de vendas que responderam por mais da metade (68,68%) das exportações.

A tendência, explica o presidente da Abracex, é de que, com a redução nas linhas de crédito para exportação registrada nas últimas semanas, a concentração das operações de comércio exterior nas grandes empresas se acentue. Com a falta de crédito para exportação, somente as grandes empresas com tradição de vendas ao exterior conseguem aperte financeiro para fechar os contratos.

Na opinião dele, mesmo que o dólar chegue a R$ 5,00, a corrente de comércio exterior brasileira não deve deslanchar, se as condições atuais persistirem. Entre elas, Segatto aponta a falta de promoção de produtos brasileiros no exterior e de escritórios de apoio que facilitem as transações comerciais. A expectativa do fechamento de um novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) ainda nesta semana também contribui para a melhoria de um panorama num futuro bem próximo. Um novo acordo permitiria ao Banco Central oferecer, também através do Banco do Brasil, linhas de crédito aos exportadores. Mas como os bancos estrangeiros também se retrancaram, o FMI também precisa convence-lo a manter as linhas de crédito para o Brasil.


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08/07/2002


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