Governo federal não pensa o futuro do país, critica Cristovam Buarque



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou em Plenário nesta terça-feira (13) a postura do governo federal, principalmente da área econômica, com relação ao desenvolvimento do Brasil. Segundo o senador, a exposição do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado comprovou que o governo não consegue casar o presente com o futuro em suas ações e projetos.

Cristovam advertiu que o Brasil vem perdendo competitividade no mercado internacional. As causas seriam a estagnação de sua produtividade e a falta de inventividade do setor produtivo. Para ele, o país peca em dois aspectos: não inventa novos produtos nem consegue aumentar a capacidade de produção de cada trabalhador. O resultado é que o Brasil segue produzindo os mesmos produtos e com trabalhadores produzindo a mesma quantidade. Com isso, a demanda (e a economia) não crescem.

A solução, na avaliação de Cristovam, passa diretamente pela educação. O senador contou ter perguntado ao ministro Mantega sobre a segunda edição do Plano Nacional de Educação (PNE), que deve ser encaminhada ao Congresso em breve. O parlamentar argumenta que o PNE pode ser a “mãe da competitividade” ao possibilitar o aumento da capacidade brasileira de inventar novos produtos e também da produtividade do trabalhador pela sua formação.

- É ali que está a mãe da própria economia do futuro, porque essa economia do futuro terá que ser a economia baseada no conhecimento. O capital, daqui para a frente, não é mais a máquina. É quem inventa a máquina. É quem sabe operar a máquina inteligente, como as máquinas do futuro serão a partir de agora. Nós estamos ficando para trás – argumentou.

A resposta do ministro, de que o PNE receberia mais dinheiro, não agradou o senador. Cristovam afirmou que o dinheiro é importante, mas não suficiente. É preciso uma mudança profunda no sistema educacional com investimentos na qualificação do professor e com avaliações rigorosas de seu desempenho. É preciso também acabar com a visão de que Educação nada tema ver com conjunto da sociedade brasileira. Educação teria a ver com economia, com segurança pública, com corrupção.

- Lamentavelmente, nós temos um governo hoje que não consegue casar longo e curto prazo. Não há um diálogo entre o que se faz hoje e o que se espera para amanhã. Acho que a gente deveria chamá-los aqui juntos: o ministro da Fazenda, o ministro da Ciência e Tecnologia, o ministro da Educação, e ter um debate sobre o Brasil. Estamos deixando de discutir o aspecto amplo da nação, na sua complexidade. Cada um está trabalhando por um lado e cada um olhando só o seu presente. O nosso horizonte mais longo é a próxima eleição, em vez de ser a próxima geração – afirmou.



13/03/2012

Agência Senado


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