Governo põe nova taxa na conta de luz
- Governo põe nova taxa na conta de luz
- O Governo enfim decidiu: vai reestruturar o sistema elétrico do País e tentar eliminar, definitivamente, ameaças de racionamento e o risco de apagões. A fórmula é singela. Criará um fundo a ser alimentado, até 2007, por um acréscimo de 4,02% ao ano nas contas de luz.
Somada aos reajustes previstos nos contratos das distribuidoras - feitos com base no IGP-M, regularmente maior que a inflação oficial - essa taxa adicional resultará num aumento real de 21,7%, nesse período, para os contribuintes brasileiros.
Em 2003, quando começará a supressão dos subsídios oficiais para o setor, os consumidores poderão optar livremente pela empresa de quem comprarão energia.
O Governo imagina que a concorrência forçará a queda de preços. A Câmara de Gestão da Crise Energética divulgou 33 medidas que já estão em fase de implantação. (pág. 1 e 12)
- Campanhas oficiais reiteram que a maneira ideal de prevenir a formação de focos de Aedes aegypti é impedir o acúmulo de água em vasos de plantas e pneus. Mas 70% das larvas se desenvolvem em caixas d'água e fontes de água potável, todas poupadas de ações preventivas entre outubro e janeiro. Faltou o larvicida adequado. (pág. 1 e 13)
- Quatro pessoas presas na Favela Pantanal, entre os municípios de São Bernardo do Campo e Diadema, em são Paulo, confessaram ter participado da execução do prefeito Celso Daniel, segundo policiais.
A Secretaria de Segurança negou a informação, mas o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, incumbido pelo PT de acompanhar as investigações, disse que o caso "está perto do fim".
O Governo anunciou medida provisória, a ser publicada na próxima semana, que dá mais poderes aos diretores de presídios.
A medida permite a transferência de presos considerados perigosos sem a autorização prévia da Justiça e impõe penas mais longas para crimes cometidos nas casas de detenção. (pág. 1 e 4)
- A Suprema Corte argentina declarou "inconstitucional" o bloqueio das contas bancárias. A decisão torna "inválidas" todas as medidas impostas pelo governo desde o dia 3 de dezembro.
Os juízes justificam a decisão por considerar que o confisco "desconhece o direito de as pessoas disporem livremente de seu patrimônio" e que poderia derivar no "aniquilamento" da economia.
O Banco Central da Argentina, temendo uma possível corrida aos bancos e ameaças à liqüidez do Tesouro, vai decretar feriado bancário na segunda-feira.
A Suprema Corte se antecipou ao anúncio, pelo presidente Eduardo Duhalde, do abrandamento das restrições de saques para conter protestos. (pág. 1 e 11)
- Dublê de ministro e candidato à Presidência, o tucano José Serra vai se equilibrando como pode. Ou não. Ontem, para anunciar o lançamento da campanha contra o fumo, mandou os assessores na frente com o aviso: não responderia perguntas sobre política. Advertência inútil. Era só o que interessava à imprensa.
Depois de desviar de um fingir não ouvir o outro, rendeu-se. "Se começar a falar sobre alianças, daqui a pouco vão querer saber se conversei com o PRTB", disse.
Sem saída, confirmou que deixa o Ministério da Saúde em 18 de fevereiro. Volta ao Senado e se torna candidato em tempo integral. (...) (pág. 4)
- O governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), passou o dia ontem tentando montar uma versão razoável para se livrar da pecha de racista.
Na noite de quinta-feira, em meio a um comício na cidade-satélite de Brazlândia, Roriz chamou um homem negro de "crioulo petista". De quebra, conclamou a população de um assentamento local a reagir à presença de militantes do Partido dos Trabalhadores.
O diretório regional do PT decidiu processá-lo por racismo - crime inafiançável - e incitação à violência. (...) (pág. 3)
- O ímpeto do governador Anthony Garotinho (PSB) para marcar a administração antes de deixar o cargo para concorrer à Presidência, em abril, leva-o eventualmente a atropelar o tempo.
A pedido dele, a Polícia Militar do estado vai formar 503 tenentes da área de Saúde na metade do tempo estipulado pelo edital de concurso.
O Estágio Probatório de Adaptação de Oficiais visa capacitar médicos, dentistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos e veterinários sem formação militar para a atividade de polícia. (...) (pág. 4)
- Nos últimos seis anos, a Justiça Federal do Rio abriu 23 processos com base em comunicados do Banco Central sobre suspeitas de crimes previstos na Lei 7.492/86, do "colarinho branco".
Apenas oito ainda seguem os trâmites da Justiça, como o que apura as acusações de evasão de divisas contra Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol.
Sete estão mortos, porque foram trancados, arquivados ou prescritos. Outros três resultaram em absolvições, duas delas definitivas. E cinco estão suspensos - entre esses há um contra executivos do Banco Brascan, por evasão fiscal. (...) (pág. 10)
- O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, voltou a superestimar os números da Reforma Agrária, ao divulgar ontem o balanço de 2001.
Ele anunciou que o investimento global do ministério durante os sete anos do Governo Fernando Henrique Cardoso foi R$ 13,27 bilhões.
Os recursos são bem mais tímidos. O gasto federal na reforma agrária foi de R$ 8,38 bilhões, de acordo com os dados do Sistema Integrado de Avaliação Financeira (Siafi), uma defasagem de 37%.
O número anunciado equivale ao orçamento integral do ministério - em programas de reforma agrária, pagamento de precatórios, compra de materiais e pagamento de pessoal. (...) (pág. 2)
- Festa, calor de 30 graus, pouca roupa no corpo, namoro, palavras de ordem e muito proselitismo político. O clima de festival da década de 60 é o retrato do Acampamento da Juventude do Fórum Social Mundial.
São 11 mil jovens, originários de dezenas de países, acampados no Belo Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, às margens do Rio Guaíba, na capital gaúcha.
"Veio gente de todo lugar. Até de países como Canadá, Austrália e Vietnam", diz excitado Caio Brito, coordenador do acampamento, calculando que um em três jovens hospedados nas barracas de lona e nylon espalhadas pelo gramado são estrangeiros. (...) (pág. 5)
(Washington) - Vários meios de comunicação no mundo receberam ontem um e-mail indicando que Daniel Pearl, o jornalista americano seqüestrado por um grupo radical paquistanês, já está morto.
A informação, que não pôde ser confirmada por nenhuma fonte ou autoridade em Islamabad ou em Washington, foi anunciada minutos depois da polícia paquistanesa revelar que a embaixada americana em Islamabad havia recebido um telefonema anônimo com um pedido de resgate. (...) (pág. 7)
- (Seul e Washington) - O governo da Coréia do Norte, em sua primeira manifestação oficial em resposta ao discurso do presidente americano, Georg Bush, na terça-feira, afirmou que o tom agressivo dos Estados Unidos é "quase uma declaração de guerra".
Pyong Yang disse que os EUA fizeram mais de 150 vôos de reconhecimento na península coreana nos últimos 30 dias, além de exercícios aéreos simulando uma invasão ao país. (...) (pág. 7)
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer
O bem-feitíssimo programa do PFL que foi ao ar na quinta-feira à noite poderia inspirar os tucanos, cujo espaço será em 6 de março, não fosse por dois detalhes que antes aconselham a ninguém que queira estabelecer uma relação de confiança com o eleitorado, a adotar.
São eles a ilegalidade do uso de um horário reservado aos partidos e a ausência da sigla partidária na propaganda. Ficou óbvio que Nizan Guanaes, autor da concepção de venda do produto, considera que o PFL não apenas não ajuda como atrapalha o movimento de sedução que se faz em direção daquele eleitorado em busca de novidades. (...) (pág. 2)
(Ricardo Boechat) - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini e Moraes, desmente que tenha desistido de concorrer à Presidência, pelo PPB.
Continua firme e forte na briga.
Até novo boato em contrário.
Mas adianta que a base governista só deve ter um candidato.
E acha que qualquer decisão seria prematura. (pág. 6)
Editorial
“CIDADE MALDITA”
Os grandes transatlânticos brancos estão de volta, mais numerosos do que nunca, atracados no cais do Rio de Janeiro. Trazem milhares de turistas atraídos pelo fascínio do carnaval carioca. São multidões de pessoas bem alimentadas, cheias de saúde e em geral bem de vida, mas completamente despreparadas para enfrentar o maior perigo do Rio em pleno começo do século 21.
Não se trata da violência. É mal mais insidioso. Contra ele não adianta cercar-se de seguranças, andar em grupo ou armado, evitar lugares mal-afamados ou ostentar riqueza. Nada disso resolve. O que vai acontecer no dia em que a dengue atacar os turistas que estão visitando o Rio? O que vai ocorrer se um ou alguns turistas morrerem infectados pelo vírus? (...) (pág. 8)
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02/02/2002
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