Governo precisa criar câmara de gestão para resolver crise das estradas brasileiras, defende Alberto
A situação crítica das estradas brasileiras precisa de uma solução emergencial, semelhante à que foi adotada na época do racionamento de energia elétrica, chamado de "apagão". Com esse diagnóstico, o senador Alberto Silva (PMDB-PI) fez um apelo, nesta quinta-feira (4), para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considere sua proposta de criar uma câmara de gestão sob o comando do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, como ocorreu na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Alberto Silva denunciou o desperdício de óleo diesel pela frota nacional de carga, decorrente do tráfego nos 32 mil quilômetros de estradas danificadas, conforme levantamento que ele realizou. Com base em dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e de entidade que representa o transporte de carga, o senador estimou um gasto adicional de diesel da ordem de R$ 7 bilhões por ano pela frota de 1,8 milhão de carretas que trafegam pelo país, situando um acréscimo de 40% sobre o consumo de 12 bilhões de litros do combustível.
Seriam necessários, segundo o senador, cerca de R$ 4,7 bilhões para trocar a capa de asfalto em 25 mil quilômetros e adotar outras providências para recuperar as rodovias federais. O que é muito menos do que o gasto adicional com diesel, conforme Alberto Silva. Ele disse que atualmente há cerca de 120 firmas com suas máquinas paradas, com capacidade de gerar 1 milhão de empregos diretos.
- Poderíamos começar a recuperação das estradas pelos eixos principais de exportação - sugeriu.
Em aparte, o senador Efraim Morais (PFL-PB) criticou a posição do governo, que a seu ver tem se preocupado mais em evitar a CPI dos Bingos do que adotar providências enérgicas para resolver a crise da malha rodoviária. A defesa da administração do presidente Lula ficou por conta do senador Maguito Vilela (PMDB-GO), que rechaçou a avaliação de imobilismo do atual governo dizendo que nos oito anos da gestão Fernando Henrique Cardoso praticamente nada foi feito para enfrentar a crise nas estradas brasileiras.
Os investimentos de R$ 3 bilhões para a malha rodoviária, dos quais R$ 2 bilhões da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para recuperação das estradas vicinais e R$ 1 bilhão para operação tapa-buracos, anunciados na quarta-feira (3) pelo governo tiveram suas prioridades questionadas por Efraim. O governo priorizou a duplicação das rodovias Fernão Dias (Belo Horizonte-São Paulo) e Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba), e da BR-101, no trecho entre Florianópolis (SC) e Osório (RS).
Energia
Alberto Silva disse ainda que irá propor à ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que as unidades geradoras do programa de fornecimento emergencial de energia elétrica sejam incorporadas ao patrimônio federal. Pelo atual processo essas unidades, que geram energia paga pela população, passam depois a integrar o imobilizado das empresas participantes do programa emergencial, comentou.
04/03/2004
Agência Senado
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