Governo tem expectativa de inflação menor, afirma Mercadante



Na primeira entrevista como líder do governo, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que o país está preparado para enfrentar possíveis turbulências na economia nacional e internacional causadas por uma guerra no Oriente Médio. Mesmo com essa perspectiva, Mercadante disse que o governo tem a expectativa de que a inflação deve recuar nos próximos meses.

- O cenário de guerra, se ela vier a ocorrer, não atinge diretamente o Brasil. O país tem que estar muito tranqüilo. Somos quase auto-suficientes com relação ao petróleo e temos estoques elevados. A Petrobras está preparada. Portanto, temos grande margem de manobra para administrar a principal fonte de pressão inflacionária, que é a pressão sobre o petróleo - avaliou.

Além disso, Mercadante, que é economista, destacou que a Venezuela praticamente encerrou a greve geral, o que ajuda a amenizar a pressão sobre o preço do petróleo. Ele entende que é preciso tranqüilidade, pois a guerra é temporária e, depois, tudo volta à normalidade.

O senador lembrou ainda que a entrada da safra agrícola pode contribuir para reduzir a pressão sobre o custo de vida. Com a perspectiva de uma grande safra este ano e o aumento da oferta de alimentos será possível reduzir a pressão inflacionária, que, na sua opinião, deve ser passageira.

- O governo trabalha com a expectativa de uma inflação menor no mês que vem. Vamos trabalhar incansavelmente para que isso aconteça. Precisamos superar a pressão inflacionária para crescer aceleradamente e criar empregos. Todo o esforço do governo está sendo feito nessa direção - afirmou.

Segundo Mercadante, a inflação alta dos últimos meses expressa os desequilíbrios da economia no ano passado, em função da grande desvalorização do real e da vulnerabilidade externa do país. Porém, ele avalia que os indicadores econômicos estão melhorando e que a estabilização do dólar leva a uma perspectiva de redução dos juros e conseqüente retomada do crescimento econômico.

- O governo vem dando demonstrações de austeridade fiscal, vai manter um superávit primário, que é importante nesse momento, nessa transição, com muito rigor no gasto público, exatamente para impedir que a inflação fuja ao controle. O Brasil sabe que precisa derrotar a inflação e que não pode reindexar a economia. Nós vamos trabalhar duramente nessa direção - declarou.



05/02/2003

Agência Senado


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