GREENPEACE ACUSA PETROBRÁS DE INCOMPETENCIA E GERA POLÊMICA



Durante os debates na Comissão de Infra-Estrutura, representantes do Greenpeace distribuíram aos parlamentares nota acusando a Petrobrás de "incompetência" no episódio de vazamento de petróleo na Baía de Guanabara. Roberto Kishinami, que falou pela organização ambientalista, chegou questionar que a empresa tenha recolhido cerca de 471 mil litros do total de 1,3 milhão de óleo vazados, observando que tradicionalmente só se consegue recuperar de 15% a 17%. O senador Osmar Dias (PSDB-PR) considerou que a posição do Greenpeace "foi leviana" e os brasileiros não têm motivos para duvidar da seriedade da Petrobrás ao divulgar suas informações sobre o episódio. O presidente da empresa, Philippe Reichstul, afirmou o percentual citado internacionalmente vale para vazamentos em mar aberto e revolto, ao contrário da Baía de Guanabara, de mar calmo e em época de calor. "Acho até que não houve decantação de petróleo", afirmou Reichstul. - Aceitei e achei interessantes várias propostas do Greenpeace, mas não concordo com a sugestão de fechar a Refinaria Duque de Caxias. Isso está fora de cogitação - assinalou Reichstul.A senadora Marina Silva (PT-AC) propôs a presença de peritos independentes na perícia que será feita em todos os equipamentos da Reduc e lamentou que, antes do final da investigação, a empresa já tenha demitido o responsável pelo controle da distribuição de derivados pelos dutos que saem da Refinaria. Por sua vez, o senador Geraldo Cândido (PT-RJ) questionou os programas de terceirização de mão de obras da Petrobrás. Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) quis saber quanto custaria uma possível mudança de local da Reduc e obteve de Reichstul a informação de que se trata de algo "quase impossível". "Nesse caso, tem-se de pensar em uma nova refinaria, ao custo de aproximadamente US$ 2,4 bilhões", observou.O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que também participou do debate, sugeriu que os royalties do petróleo recebidos pela Marinha e pelo governo do Rio de Janeiro sejam utilizados em defesa do meio ambiente. Disse que a Marinha recebe por ano cerca de US$ 150 milhões e o governo do Rio outros US$ 250 milhões e "eles têm de explicar o que vêm fazendo com o dinheiro".

02/02/2000

Agência Senado


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