Há quatro anos a escola Rita de Cássia convive com a violência



As agressões e ameaças à integridade física e moral a que são submetidos diariamente professores, funcionários e alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Santa Rita de Cássia, de Porto Alegre, foi debatida esta manhã, em audiência pública da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Jorge Gobbi (PSDB).

Conforme Gobbi, a Comissão vem buscando alternativas para sanar este problema, proporcionando audiências que objetivam ouvir os anseios da comunidade que vive diariamente com a presença da violência nas escolas. O parlamentar lembrou da Lei 11.444, de janeiro de 2002, que propõe uma ampla campanha de combate à violência escolar, e falou ainda, do seminário que tratou do mesmo assunto, realizado pela Comissão em Santa Cruz, onde participaram mais de mil pessoas.

A diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Santa Rita de Cássia, Naureci Monteiro, afirmou que este problema já vem acontecendo há quatro anos. Segundo ela, a escola paralisou dois dias em maio deste ano para reivindicar paz. Ela lembrou também que em apenas cinco meses três alunos foram transferidos pelos pais para outra escola, devido a atos violentos que estavam acontecendo frequentemente. Naureci relatou ainda as agressões físicas na qual ela e a sua vice-diretora vêm sendo submetidas. A diretora questionou as estatísticas de violência apresentadas pela Secretaria Estadual de Educação (SEE), dizendo que esta realidade não é previlégio de sua escola. Na sua opinião as medidas adotadas pela SEE não atende as reivindicações da comunidade, sendo preciso tomar decisões imediatas para não afetar o desenvolvimento do ano letivo.

O coordenador da 1º Coordenadoria Regional de Educação, João Feix, apresentou algumas medidas adotadas pela SEE para tentar resolver o problema nesta escola. A realização de um seminário para tratar das dificuldades do professor em lidar com esta questão, foi apresentado pelo coordenador como uma das alternativas da SEE. A contratação de um profissional de 20h para qualificação pedadógica da instituição de ensino, e a troca de um profissional do serviços gerais para fazer o monitoramento dentro da escola, também foram apresentados por Feix como melhorias para a escola. Destinação de um profissional de educação física para desenvolver trabalhos recreativos em horário inverso com alunos que frequentam a escola em outros turnos, é mais uma medida que SEE pretende adotar.

Participaram da audiência as deputadas Iara Wortmann (PPS) e Maria do Rosário. Estiveram presentes várias entidades que representam a comunidade escolar.

09/17/2002


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