Haddad nega que material contra homofobia mostrado na Câmara seja oficial
O ministro da Educação, Fernando Haddad, negou nesta quarta-feira (18) que cartilhas e vídeos com conteúdo contra a homofobia tenham sido distribuídos pelo ministério nas escolas do País. Ele garantiu que o material, produzido para coibir o preconceito contra homossexuais, não é do Ministério da Educação (MEC) e que apenas o que está no site da pasta é oficial.
Haddad deu as declarações depois de reunião com parlamentares das bancadas evangélica e católica na Câmara dos Deputados. O ministro afirmou que um material de conscientização contra a homofobia foi produzido a pedido do MEC, mas ainda está em fase de análise antes da publicação.
Antes da reunião, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) havia apresentado, em plenário, cartilhas que, segundo ele, teriam sido pagas pelo MEC e distribuídas para as secretarias de Educação do País. O deputado criticou o material dizendo que, em vez de combater o preconceito, estimularia o homossexualismo.
“Somos contra qualquer tipo de discriminação. Não achamos que seja justo discriminar quem quer que seja. O nosso desejo é que o material não seja também incentivo para qualquer opção sexual. Dinheiro público não pode financiar a opção sexual de ninguém”, afirmou Garotinho.
Segundo Haddad, o material, que ficou conhecido como “kit homofobia”, estava sendo produzido há mais de um ano e foi entregue oficialmente ao MEC na terça-feira (17). “Na terça [17], houve a entrega oficial desse material ao Ministério da Educação por parte da ONG [organização não governamental] contratada. A partir desse momento, o material é submetido à comissão de publicação e essa etapa ainda não foi feita. A partir de agora, o debate é interno no Ministério da Educação”, disse o ministro.
Haddad ressaltou que não vê problema na participação de parlamentares no processo de análise do material pela comissão de publicação. Segundo ele, os deputados evangélicos e católicos pediram para participar da discussão antes da publicação do material.
O “kit homofobia” foi elaborado por entidades de defesa dos direitos humanos e da população LGBT (lésbicas,gays, bissexuais e travestis) a partir do diagnóstico de que falta material adequado e preparo dos professores para tratar do tema. O preconceito contra alunos homossexuais tem afastado esse público da escola, apontam as entidades. A previsão é que o material seja distribuído a 6 mil escolas, o que já provoca resistência em alguns setores da sociedade.
Fonte:
Agência Brasil
18/05/2011 20:31
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