Renan nega que obstrução seja contra sua presença na Presidência



Ao ser indagado pela imprensa, nesta quarta-feira (19), se estaria preocupado com a obstrução comandada pela oposição à votação dos trabalhos na Casa, o presidente Renan Calheiros negou que a obstrução seja uma manifestação contra a sua permanência no cargo.

- Não há obstrução contra ninguém. Há uma obstrução em função de uma pauta que tem que ser negociada entre os partidos, entre os lideres partidários. Não cabe ao presidente do Senado. Ao presidente do Senado cabe presidir e é isso que eu tenho feito com a autoridade que o cargo requer - disse Renan, ao negar a crise que pelo segundo dia consecutivo derrubou a sessão e impediu a votação da indicação de Luiz Antônio Pagot para a diretoria do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT).

Os jornalistas perguntaram também se Renan manteria na pauta de votações a indicação de Luiz Antônio Pagot para o DNIT. O presidente respondeu que a definição da pauta depende dos líderes, mas fez a ressalva de que "se os líderes não se entenderem, dificultarão o processo de votação".

Renan voltou a referir-se à votação no Plenário na quarta-feira (12) passada que o inocentou da acusação de quebra de decoro parlamentar como "a prevalência da verdade" e afirmou que a imprensa "errou no prognóstico" ao antecipar a sua cassação. Referia-se à primeira representação contra ele no Conselho de Ética, baseada em denúncia de que teria contas pessoais pagas por um lobista, que resultou no projeto de resolução decretando a perda de seu mandato.

Conversa com Lula

Sobre sua conversa nesta quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ante-sala da Presidência no Palácio do Planalto, pouco antes da cerimônia de assinatura do decreto que instituiu o Comitê pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito, afirmou que a mesma teve caráter institucional.

- Foi uma conversa muito boa. Tivemos uma conversa institucional sobre a necessidade de os dois Poderes conversarem, o que temos feito com muita freqüência - disse o presidente.

CPMF

Renan Calheiros insistiu em que a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) é assunto da Câmara dos Deputados, que deverá ser discutido no Senado quando chegar à Casa.

- Essa agonia é da Câmara. Ontem eu disse que podemos discutir o compartilhamento, redução de alíquotas, isso tudo pode ser discutido - ressaltou o presidente, para quem a contribuição serve, entre outros fins, para o pagamento do benefício Bolsa Família ao qual, segundo ele, serão destinados R$ 11 bilhões dos cerca de R$ 40 bilhões estimados para 2007.



19/09/2007

Agência Senado


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