HARTUNG PROPÕE DEBATE SOBRE DESENVOLVIMENTO URBANO



O senador Paulo Hartung (PPS-ES) considerou a campanha para as eleições municipais de outubro a oportunidade ideal para um debate de partidos e sociedade sobre uma política de desenvolvimento urbano para as cidades brasileiras. Ele lembrou que a taxa de urbanização do Brasil cresceu de 31,4% para 78,4% nos últimos cinqüenta anos, multiplicando por dez a população das cidades brasileiras, que hoje atinge 125 milhões de habitantes.
- É preciso priorizar o saneamento básico, a habitação e o transporte público que se tornou caro, desconfortável e inseguro para seus usuários - frisou.
Segundo Hartung, uma política de saneamento precisa levar em consideração a preservação do meio ambiente. "Não por acaso, dois desastres ecológicos mancharam o cartão postal do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro: o derramamento de óleo na Baía de Guanabara e a agressão à Lagoa Rodrigo de Freitas que corre o risco de virar um verdadeiro esgoto a céu aberto. Esses são exemplos do que ocorre, quotidianamente, nas cidades brasileiras", afirmou.
O senador disse que falta às cidades um plano diretor urbano, com propostas concretas de uso e ocupação do solo. A "periferização" das cidades, sustentou, reclama um modelo de urbanização de favelas, evitando que os investimentos públicos acabem sendo apropriados pela especulação imobiliária. " Isso resultaria na expulsão dos antigos moradores e reforçaria um círculo vicioso de concentração de renda", alerta.
Para Hartung, uma política habitacional também se faz urgente, ao lado de uma abordagem do transporte urbano que possa acabar com uma legião de 2,8 bilhões de trabalhadores e estudantes viajando em 94 mil ônibus superlotados.
Apesar de ter apontado tantos problemas nas grandes cidades brasileiras, Paulo Hartung mantém o otimismo. "Os indicadores econômicos apontam para o equilíbrio das contas internas e externas, o Congresso aprovou o controle dos gastos públicos e, brevemente, votará a Lei de Responsabilidade Fiscal. Essas são condições favoráveis para aumentar a competitividade das cidades, a partir de medidas para melhorar a infra-estrutura e a produção de bens e serviços urbanos".
Em apartes, os senadores Carlos Wilson (PPS-PE) e Geraldo Lessa (PSDB-AL), Jefferson Peres (PDT-AM) e Antero de Barros (PSDB-MT) concordaram com a urgência de se combater a falência das cidades brasileiras.

29/03/2000

Agência Senado


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