Heloísa Helena condena declarações de Lula sobre o serviço público



Ao responder a críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria feito declarações -inapropriadas e demagógicas- a respeito do sistema previdenciário do país. Essa avaliação partiu da senadora Heloísa Helena (PT-AL), para quem o governo tenta instigar, na discussão da reforma da Previdência, uma -disputa horrorosa- entre os trabalhadores dos setores público e privado.

Em primeiro lugar, a senadora petista condenou comentário do presidente no sentido de ilustrar a disparidade salarial entre os dois segmentos comparando os rendimentos de um cortador de cana com os de um professor universitário. Logo depois, rechaçou críticas dirigidas aos -altos salários- pagos no serviço público.

- É importante que o povo saiba que essa proposta [a reforma da Previdência] não faz nada pelos pobres. Ela preserva é uma injustiça que é obrigar o filho da pobreza, que entra mais cedo no mercado de trabalho e ganha um salário desumano, a trabalhar mais dez anos para não ter cortado 45% de sua aposentadoria - afirmou.

Não bastasse a punição imposta aos pobres pelas mudanças previdenciárias, Heloísa Helena sustenta que a proposta -promove a maior desestruturação do setor público, nunca vista no país-. Seu argumento refere-se à situação dos servidores públicos que ganham baixos salários, a maioria, conforme observou, e que estão à frente de serviços essenciais para a população carente do país, como saúde e educação.

Teto

A parlamentar por Alagoas também condenou declaração de Lula no sentido de que não se pode admitir 40 milhões de brasileiros sem emprego enquanto se pagam salários de até R$ 17 mil no setor público. Heloísa Helena lembrou que o próprio governo, no artigo 10 da proposta previdenciária, estipula esse valor, pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal, como referência salarial no serviço público.

- Foi Lula quem encaminhou e encampou como teto R$ 17 mil - assinalou, desafiando os Três Poderes a definirem um teto em conjunto e, assim, porem um fim à demagogia em relação aos supersalários.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que a injustiça salarial é a maior -vergonha e nódoa- do país.



18/06/2003

Agência Senado


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