HELOÍSA HELENA LEMBRA VÍTIMAS DE ELDORADO DE CARAJÁS



Às vésperas de 17 de abril - Dia Internacional das Lutas Camponesas contra a Impunidade -, data escolhida pelos movimentos sociais organizados para lembrar o massacre de sem-terras em Eldorado de Carajás, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) lembrou em pronunciamento nesta sexta-feira (dia 16) que, três anos depois, os 154 policiais militares acusados da chacina continuam impunes.Continuam também impunes os que ordenaram a desobstrução da PA-150 a qualquer custo e as autoridades responsabilizadas pelo Tribunal Internacional da Terra, realizado em Brasília, em 1997: o governo federal, por não fazer a reforma agrária, e o governador do Pará, Almir Gabriel, disse a senadora. Apenas no último dia 13, por unanimidade, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o julgamento dos 154 policiais militares e três civis será em Belém, em data a ser marcada, acrescentou.Heloísa observou que num quadro de concentração da propriedade rural, falta de reforma agrária e impunidade dos criminosos do campo, as mortes em Eldorado de Carajás não são um caso isolado de violência. "Continuam vigentes as condições geradoras de violência, intocadas pelos sucessivos programas irrealizados e pela propaganda enganosa do governo Fernando Henrique Cardoso", afirmou.- Pior do que programas anunciados e nunca implementados, os cortes do orçamento do Ministério Extraordinário de Reforma Agrária, em conseqüência dos acordos com o FMI, chegam a 50% em relação ao orçamento do ano passado - afirmou.Heloísa Helena também salientou que o presidente da República, em recente declaração à imprensa por ocasião do lançamento de uma "nova reforma agrária", "incentivou a violência", na sua opinião, ao afirmar que "os governadores não devem se acanhar em usar a polícia para desocupar terras produtivas ocupadas por provocação". O senador Ademir Andrade (PSB-PA) lamentou que só os 154 policiais militares estejam indo a julgamento, pois o governador Almir Gabriel, o secretário da Segurança Pública do Pará e o comandante Mário Pantoja, a seu ver, também deveriam ser responsabilizados pelo massacre. Amir Lando (PMDB-RO), por sua vez, considerou que uma das razões da violência no campo está na omissão do governo. O senador Tião Viana (PT-AC) assinalou que a insensibilidade política do governo federal "culmina nas nomeações políticas" para órgãos como o Incra.

16/04/1999

Agência Senado


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