Suplicy lembra os 17 anos do massacre de Eldorado dos Carajás



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) relembrou em pronunciamento, nesta quarta-feira (17), os 17 anos do massacre de Eldorado do Carajás, no sul do Pará. Dezenove trabalhadores rurais sem-terra foram mortos e 70 ficaram feridos numa ação de policiais militares para retirar 1,5 mil manifestantes da BR-155, que protestavam contra a demora na desapropriação de terras da região, especialmente a fazenda Macaxeiras.

Suplicy registrou audiência pública realizada nesta quarta pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, para marcar a data, que passou ser o Dia Mundial de Luta pela Terra. O autor do pedido de audiência, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), lembrou que até hoje nenhum dos responsáveis pelas mortes foi punido. Os dois comandantes da Polícia Militar do Pará na época, Mario Colares Pantoja e major José Maria Pereira Oliveira, foram condenados a 220 anos de prisão, mas recorreram da decisão e estão soltos.

Suplicy leu reportagem da agência de notícias Inter Press Service (IPS), que revela como vivem as 700 famílias que foram assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), quase dois anos depois do massacre.

Sem apoio para tornarem suas áreas produtivas, ressaltou o senador, os assentados enfrentaram várias dificuldades, alguns venderam seus lotes e foram embora; outros arrendaram a área porque não há trabalho, muita gente está endividada com o banco.

O parlamentar ainda relatou a experiência de parte dos trabalhadores rurais da região que cultiva arroz, mandioca milho e abóbora porque prefere tentar a vida no seu “pedaço de terra”. Nesse sentido, Suplicy destacou parte do texto que afirma não ser o bastante repartir a terra, mas fornecer instrumentos e conhecimentos  para desenvolver uma agricultura sustentável.

Eduardo Suplicy também registrou resultado do levantamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, de 1994 a 2012, indicando que são mais de 132 mil os assentamentos rurais no Brasil.

O senador ainda citou dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que apontam que 29 pessoas morreram em conflitos no campo em 2011. No ano passado foram 36. A região amazônica é a que concentra o maior número de casos.

A CPT atribui o crescimento da violência no campo à impunidade. De 1985 até hoje, relatou Suplicy, foram 1.566 assassinatos em conflitos agrários e, desse total, apenas 72 casos foram a julgamento.



17/04/2013

Agência Senado


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