Heloísa Helena minimiza os efeitos práticos do Estatuto do Desarmamento



A senadora Heloísa Helena (PT-AL) afirmou que o objetivo básico no que diz respeito à segurança pública deve ser assegurar que as polícias sejam confiáveis e ajam rapidamente. Ela citou estatísticas que demonstram que, se a polícia chegar ao local do crime 20 minutos depois que ele for cometido, terá apenas 5% de chance de solucioná-lo. -Portanto a celeridade é fundamental-, disse.

Heloísa Helena disse que há grande promiscuidade entre as polícias e o crime organizado porque os salários são baixos e a carreira de policial não tem incentivos. Na avaliação da senadora, -tudo começa com uma melhor formação do policial, para que possa gozar de boa imagem junto à população, recebendo incentivos que o levem a ter interesse em desempenhar melhor suas funções-.

A senadora disse que o Estatuto do Desarmamento não pode ser encarado como uma solução para a violência no Brasil, porque ele não proíbe a fabricação de armas de fogo e tampouco sua comercialização. Também não proíbe que a arma seja guardada dentro de casa, portanto a violência doméstica permanecerá a mesma, disse a senadora.

Heloísa Helena acrescentou que o estatuto não desarmará os proprietários de terras, porque eles podem contratar firmas de vigilância, e tampouco desarmará os jagunços que podem se tornar empregados dessas mesmas firmas. Ela concluiu que, por todas essas razões, o estatuto terá pouco efeito prático sobre o quadro de violência e de criminalidade.



09/12/2003

Agência Senado


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