Tratamento das causas e repressão dos efeitos da violência não podem ser analisados separadamente, diz Heloísa Helena
A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) criticou, nesta quarta-feira (31), a " falsa polarização demagógica entre o tratamento das causas e a repressão dos efeitos" da violência. Para a senadora, a questão exige ações concretas e práticas nas duas frentes.
Heloísa Helena disse acreditar que, ao mesmo tempo em que é fundamental que o país tenha um aparato de segurança pública eficaz e livre da promiscuidade, com pessoal bem treinado, capacitado e bem remunerado, dispondo de alta tecnologia, é fundamental investir em "políticas sociais que possam abrigar as crianças e jovens antes que eles sejam tragados pelo crime organizado como último refúgio".
- Ao se chocar com o mar de sangue de São Paulo, a mesma sociedade brasileira que chorou assistindo ao documentário Falcão [- Meninos do tráfico] é incapaz de refletir sobre o surgimento de figuras como o Marcola - disse, referindo-se a Marcos Willians Herbas Camacho, líder da facção criminosa Primeiro Comando Capital (PCC), que, em meados de maio, promoveu ataques às forças de segurança, o que acabou vitimando mais de cem pessoas.
Heloísa Helena lembrou que nesta semana ocorreram reuniões importantes em comissões do Senado, em que se discutiram propostas para a prevenção da violência contra a criança e o trabalho infantil, além da inclusão da música no currículo escolar.
- Do ponto de vista científico, a primeira década da vida de uma pessoa é essencial. Nos três primeiros anos, são formadas todas as conexões neurológicas, e o córtex, responsável pela linguagem, pela percepção, pelo julgamento, se constitui até os dez anos. Se uma criança dessa faixa etária tiver nas mãos um instrumento musical, em vez de uma arma, a possibilidade de ela cair na criminalidade é menor - disse a senadora.
Sanguessugas
Heloísa Helena informou que estava colocando em circulação no Senado o novo requerimento para a criação da CPI dos "sanguessugas", destinada a investigar denúncias de irregularidades no uso de recursos do orçamento para a compra superfaturada de ambulâncias.
Nesta terça-feira (30), o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), deu aos partidos que patrocinaram o pedido de criação da CPI prazo de cinco dias para que estes corrigissem os erros formais do requerimento original.31/05/2006
Agência Senado
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