Heráclito critica decisão do PMDB de afastar da CCJ Simon e Jarbas



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) protestou, em discurso na sessão plenária desta sexta-feira (5), contra a destituição dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) da composição da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O afastamento dos dois senadores da CCJ foi um ato político e revoltante, segundo Heráclito, cometido justamente no momento em que o Senado reverenciava, em sessão plenária, Ulysses Guimarães, considerado o velho timoneiro do PMDB, que trabalhou no partido ao lado de Simon e Jarbas.

- As histórias de Simon e Jarbas se confundem com o partido, foram construídas conjuntamente com o PMDB ao longo de suas vidas públicas. É uma atitude que não fez bem a esta Casa nem à democracia brasileira - afirmou.

Heráclito disse que se solidariza com Simon e Jarbas e informou que já está ocorrendo, em Porto Alegre (RS), manifestação de militantes do PMDB contra essa medida.

- Quero me associar à indignação do povo brasileiro contra esse ato político. E o que me revolta é que foi cometido no momento em que o Senado homenageava Ulysses, o que considero um ato de desrespeito à memória desse brasileiro extraordinário, que dedicou toda a sua vida ao PMDB - salientou.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o fato de o afastamento de Jarbas e Simon da CCJ ter ocorrido no momento da homenagem a Ulysses é "um carimbo da hipocrisia" dos que praticaram essa medida. Para Cristovam, há uma manipulação do Senado para que seja dada uma definição ao caso Renan Calheiros, presidente da Casa, por parte dos que o estão apoiando.

- Esse gesto foi contra a Casa inteira e um golpe, pois golpe não é só militar. Foi um golpe burocrático que ameaça a democracia. Foi, portanto, um gesto autoritário e golpista - afirmou Cristovam.

Em outro aparte, Cristovam leu uma manifestação enviada a ele pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) registrando solidariedade a Simon e Jarbas. O senador pelo PDT disse que Suplicy lhe telefonou pedindo que falasse em seu nome no Plenário, por considerar a decisão do PMDB inadmissível.

ONG

Heráclito disse ainda que está perplexo com a atitude tomada pela líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), que convocou a imprensa para dizer que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs (Organizações não-Governamentais) não pode investigar a ONG Rede 13 - de Santa Catarina -, já extinta, porque uma filha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da instituição.

Para Heráclito, a filha do presidente Lula foi usada, nesse episódio, por "militantes do PT inescrupulosos". Esses militantes, segundo o senador, se aproveitaram da figura da filha do presidente para ter acesso aos recursos e prestígio destinados à ONG.

- A filha do presidente pode ser mais vítima do que nós nesse episódio. Lamento que a líder do PT tenha trazido para a imprensa esse fato, que está sendo investigado em segredo de Justiça e, por isso, não se tem acesso. A arrogância e prepotência da líder e sua entrevista é um fato grave - disse.



05/10/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Sarney ao PMDB: afastar-se de Lula é afastar-se do povo

Heráclito protesta contra afastamento de Jarbas e Simon da CCJ

Líder do PMDB destitui Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos da CCJ

Jarbas critica comportamento do PMDB na homenagem a Ulysses

Jarbas homenageia Ulysses e critica comportamento do PMDB

Jarbas critica PMDB e PSDB mas elogia PFL de Roseana