Heráclito Fortes acusa governo federal de 'usar truculência para tentar dizimar' senadores da oposição




O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) acusou o governo federal de "usar a truculência para tentar dizimar a qualquer custo" os senadores que lhe fizeram oposição nos últimos anos. Ele citou como "vítimas de grosserias" os senadores Marco Maciel (DEM-PE), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino (DEM-RN).

- Infeliz é um país que não tenha no Senado da República, que é a Casa do equilíbrio e da revisão, uma oposição consciente para fiscalizar, como é seu objetivo, as atividades do presidente e do seu governo. Este governo precisa se lembrar de que foi formado no seio da oposição e que praticou uma oposição radical, muitas vezes até irresponsável - afirmou.

Heráclito Fortes disse que, "no Piauí, o fato é muito mais grave" e que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, "casado com uma piauiense", passou a "ditar regras, definir candidaturas, dizer quem deve ganhar e quem deve perder e a usar a máquina administrativa" em favor dos políticos de sua preferência no estado.

- O que vem acontecendo no meu estado é estarrecedor. O cinismo e o desplante com que alguns se locupletam como os grandes liberadores de verbas da União para os municípios piauienses requer uma investigação do Ministério Público. Não são emendas orçamentárias, mas recursos extras, cavados dos cofres dos ministérios, com o objetivo específico de destinação eleitoreira. Tudo comandado pelo Sr. Padilha - denunciou.

O senador pelo Piauí disse que o governo federal tem liberado verbas para bancar "cursos fajutos de pedicure e manicure" ou carnavais fora de época, mas "ninguém sabe o número de beneficiados" e as prestações de contas "estão a merecer esclarecimentos".

Heráclito Fortes sustentou que "a corrupção no Piauí ganhou dimensões nunca vistas" e anunciou que entrará com uma ação de improbidade administrativa contra o ex-governador do estado, Wellington Dias. Disse que uma construtora tem a receber cerca de R$ 30 milhões, mas o dinheiro já teria sido liberado pelo governo federal, "o que mostra que houve desvio de recursos". Informou que várias construtoras decidiram suspender obras no estado, pois não estão recebendo pelo trabalho já realizado, apesar da liberação das verbas pela União.

Fora isso, o senador afirmou que "o Piauí se transformou em um cemitério de obras paralisadas", pela falta de dinheiro para sua continuação. Citou 12 obras paradas, entre elas a construção de pontes, asfaltamento de rodovias estaduais e a reforma do Hospital Getúlio Vargas e do Centro de Convenções de Teresina.



31/08/2010

Agência Senado


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