Heráclito protesta contra 'arapongagem' montada pelo PT para investigar José Serra



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) protestou nesta terça-feira (8) contra o que classificou de "arapongagem em um bunker na QI 5 do Lago Sul" - em referência ao comitê de campanha da pré-candidata Dilma Rousseff à Presidência da República - com o objetivo de investigar o pré-candidato do PSDB, José Serra. O esquema foi denunciado pela revista Veja.

- É inaceitável sob todos os títulos e sob todos os aspectos, principalmente porque o Partido dos Trabalhadores não é réu primário na arte de acionar 'aloprados' para bisbilhotar a vida de cidadãos brasileiros - enfatizou.

Heráclito fez referência ao escândalo do "mensalão", apurado pela CPI dos Correios no Senado, que, segundo ele, terminou esquecido por falta de consistência dos fatos. O senador disse que homens públicos não podem baixar a cabeça diante de fatos como esses, acrescentando que é necessário "dar nome aos bois".

Convocação na Câmara

Diversos parlamentares apoiaram o discurso de Heráclito. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) informou que o líder da minoria na Câmara, Gustavo Fruet (PSDB-PR) e o presidente da Comissão de Relações Exteriores daquela Casa, Emanuel Fernandes (PSDB-SP) pretendem chamar os envolvidos na suposta produção do dossiê - o delegado federal aposentado Onésimo de Sousa; o Dadá, sargento da reserva e ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica, que teria participado de reuniões com o jornalista Luiz Lanzetta, assessor de imprensa da campanha que já se demitiu - para serem ouvidos na Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso sobre a possível participação de órgãos de inteligência.

Héraclito indagou a Romeu Tuma se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não estaria sendo omissa, uma vez que, segundo ele, há envolvimento de "figurões da República". Romeu Tuma considerou preocupante e causa de intranquilidade para as eleições o uso de informações apócrifas.

O senador Mário Couto (PSDB-PA) classificou o assunto como "grave", porém duvidou que haja consequências para os que cometeram a irregularidade, tendo em vista a maneira como a pré-candidata Dilma Rousseff e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm feito campanha abertamente antes do período eleitoral e zombado da Justiça.

Reclamou de não ter sido acolhido pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), em seu requerimento para investigação de irregularidades na contratação de empréstimo para compra de máquinas no valor de R$ 2 bilhões pela governadora do Pará, Ana Júlia Carepa.

Flexa Ribeiro endossou a reclamação de Mário Couto e acusou Ana Júlia Carepa de chantagear os prefeitos no que classificou como compra de votos às claras, impondo que só vai ceder os equipamentos aos prefeitos que votarem na sua reeleição. Considerou o presidente Lula um mau exemplo para os jovens por sua falta de respeito à legislação eleitoral.

08/06/2010

Agência Senado


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