Heráclito quer que Lula preste contas sobre dossiê em debate da Band



O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) cobrou da tribuna, nesta sexta-feira (6), a confirmação da presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no debate de domingo (8), a ser realizado pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação. A Band quer colocar Lula, candidato à reeleição pelo bloco PT-PRB-PCdoB, frente a frente com Geraldo Alckmin, da coligação PSDB-PFL.

No primeiro turno, como lembrou Heráclito, o presidente não participou de debates com os demais candidatos. O senador, que é um dos coordenadores da campanha de Alckmin, disse que a discussão será importante para que o presidente preste contas ao país sobre o envolvimento de auxiliares que atuavam nas "cercanias" de seu gabinete em diversos escândalos.

O debate, na opinião de Heráclito, será também importante para que seja explicado ao país "por que o Brasil não cresceu nos últimos quatro anos". Heráclito sugeriu ainda que o presidente justifique sua atitude em relação à situação da Petrobras na Bolívia, já que, no seu entender, o governo teve uma posição de "fraqueza e dubiedade" no caso.

- O debate está bem próximo. Espero que o presidente compareça, que não frustre a Nação, que não crie constrangimentos para os organizadores - apelou.

No discurso, o senador citou a participação de auxiliares e amigos do presidente no caso da compra de dossiê por militantes petistas. De acordo com investigações da Polícia Federal, o objetivo da operação, que aconteceu ainda no primeiro turno, era envolver o principal adversário de Lula na disputa pela Presidência, Geraldo Alckmin, e o então candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, que acabou sendo eleito no primeiro turno, no caso da "máfia das ambulâncias".

Para Heráclito, há claro esforço do PT para "blindar" o presidente em relação ao caso do dossiê. Isso envolveria, segundo o senador, manobra para atribuir a responsabilidade sobre as ações apenas a pessoas que estavam envolvidas na campanha do candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, sem poupar nem mesmo o presidente do partido, Ricardo Berzoini, - que se afastou do comando da campanha de Lula como conseqüência desses fatos. Heráclito acredita que há uma tentativa de "satanização" do próprio Mercadante.

-O dossiê não nasceu em São Paulo. Ele nasceu no Palácio, com o churrasqueiro do Planalto, passando pelo presidente do PT e a alta hierarquia do partido - sustentou Heráclito.

Factóides

Heráclito afirmou que o PT também se envolveu em compras de dossiês em Mato Grosso e na Bahia. Atribuiu ainda a petistas a divulgação de informações falsas, pela Internet, a respeito de ações que supostamente seriam adotadas por Alckmin em caso de vitória de sua candidatura, entre as quais a privatização da Petrobras e a demissão em massa de servidores. O senador refutou intenção de cortes no programa Bolsa Família.

- O PT gosta de viver no submundo do crime, gosta dos dossiês. Compra, cria e inventa factóides - afirmou.

Heráclito confirmou que Alckmin vai mesmo reduzir gastos, mas não da forma divulgada nas mensagens eletrônicas e até - denuncia - por altos membros do PT. Segundo ele, o corte será sobretudo dos "milhões que caem no ralo da corrupção". Quanto aos servidores,disse que os funcionários concursados não têm o que temer, pois as demissões vão recair apenas sobre "os milhares de militantes do PT que foram colocados de forma injusta nas funções públicas".

06/10/2006

Agência Senado


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