Heráclito questiona incorporação do BEP pelo Banco do Brasil
Em pronunciamento nesta terça-feira (13), o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) questionou a proposta de incorporação do Banco do Estado do Piauí (BEP) ao Banco do Brasil. Além de ter classificado a operação como "um assalto moral e financeiro a um estado que já padece pela indiferença do governo federal", o senador questionou aspectos da transação entre as duas instituições financeiras.
- Até agora, no entanto, ele [Dias] não disse o que o estado ganhou com essa transação, feita, aliás, com rapidez incrível, tratando de um governo moroso a nível estadual - disse o senador.
Heráclito Fortes informou que o BEP foi avaliado em R$ 180 milhões, observando que só o seu patrimônio está estimado em R$ 78 milhões. Ele acrescentou que o banco vem dando lucro há oito anos, depois de ter sido federalizado e saneado num contrato que previa sua privatização.
- Qual a diferença entre a venda e a incorporação? Pois o que se está fazendo é vender o BEP ao Banco do Brasil, que passa a gerenciar a conta única do estado e a folha de pagamento, hoje o grande filé para as instituições bancárias - afirmou o senador.
Heráclito disse que a estrutura física do BEP será herdada pelo Banco do Brasil e questionou o fato de não ter havido licitação no processo de aquisição da instituição financeira do Piauí.
- Por que não foi feito um processo licitatório dando oportunidade para que outros bancos participassem desse processo? É uma venda? É uma entrega de ações de um banco a outro? E o que vai acontecer com isso? Qual o valor real do BEP? Quanto valeria essa conta administrada por um banco privado? - perguntou.
Na opinião do senador, "basta ter tempo para examinar os últimos bancos que foram vendidos de maneira lícita e clara para ver que essa modalidade é estranha". Ele se referia ao processo de incorporação do BEP e do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) pelo Banco do Brasil, esta segunda efetivada recentemente.
- E não venha o governador com essa história de agência de fomento, porque de promessas que não se realizam, de obras que não se concretizam, de dinheiro que o governo manda para o Piauí que não chega estamos fartos. Ninguém, por exemplo, explicou a alta das ações do banco do estado na bolsa, em setembro, logo depois de anunciado o interesse do Banco do Brasil na sua incorporação. E ninguém perguntou, repito, se os outros bancos se interessavam pelo negócio - reiterou.
13/11/2007
Agência Senado
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