Heroínas aguardam seu espaço nas páginas do livro



Por enquanto, o Livro dos Heróis da Pátria é um clube exclusivamente masculino. Mas isso não deve durar por muito tempo. Projetos inserindo os nomes de Maria Quitéria, Ana Néri e Anita Garibaldi, todas grandes brasileiras do século 19, estão para ser votados pelo Congresso Nacional. Além disso, a idéia é adaptar o nome da honraria aos novos e politicamente corretos tempos: Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Nada mais justo.

A idéia é da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que também apresentou propostas para homenagear as três heroínas já citadas. No caso da troca do nome do livro, o projeto (PLS 296/07) foi apensado, em sua tramitação na Câmara dos Deputados, ao PLS 236, do mesmo ano e mesma autora, que defende a inclusão de Maria Quitéria de Jesus na relação. Com o mesmo propósito, tramita no Senado o PLC 68/08, do deputado Leandro Vilela (PMDB-GO).

Maria Quitéria (1792-1853), baiana de Feira de Santana, foi heroína da Guerra da Independência. Cortou os cabelos e vestiu-se de homem para se alistar como "Soldado Medeiros" nas tropas que lutavam pela independência do Brasil. Sua bravura em combate lhe rendeu uma comenda entregue pessoalmente por dom Pedro I.

A homenagem a Ana Nery é o objeto de outro projeto de Serys (PLC 3.909/08), já pronto para ser votado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Ana Justina Ferreira Nery, baiana de Cachoeira (1814-1880) foi enfermeira que voluntariamente acompanhou os filhos e o irmão na Guerra do Paraguai, onde prestou serviços ininterruptos nos hospitais militares e até nas frentes de batalha. É considerada a patrona da enfermagem do Brasil.

A terceira brasileira na fila para ganhar uma página em aço com seu nome é a catarinense Anita Garibaldi. Aprovado pelo Senado e enviado à Câmara em novembro passado, o PLC 4.253/08, também da senadora do PT, espera, como os anteriores, para ser votado na Comissão de Educação. Ana Maria de Jesus Ribeiro (1821-1849), admirada no Brasil e idolatrada na Itália, onde morreu, uniu-se a um revolucionário, foi soldado, enfermeira, esposa e mãe. Tornou-se assim Anita (apelido dado pelo esposo, Giuseppe) Garibaldi, a "Heroína dos Dois Mundos".

- Sua batalha sempre foi travada em nome da liberdade e da justiça. Foi uma mulher de coragem e força que não se furtou em lutar por um ideal de justiça, rompendo preconceitos e estigmas - definiu Serys.

Sylvio Guedes / Jornal do Senado



20/03/2009

Agência Senado


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