História e arte se misturam no Museu do Senado
O tinteiro de bronze e a pena usados pelo Visconde de Abaeté, presidente do Senado ainda no Império; as sinetas em prata com que os parlamentares eram chamados para as sessões no Palácio Conde dos Arcos, primeira sede do Senado, no Século 19; o espetacular relógio que emoldurava a Mesa Diretora no Plenário do Palácio Monroe, segunda sede; e as cadeiras em madeira de lei e couro, confeccionadas em 1867 por presidiários, e que foram usadas por notáveis figuras da República durante quase cem anos até que o parlamento se instalasse, em 1960, na nova capital, Brasília, são peças que compõe o Museu do Senado.
Além dessas peças, de rara beleza e inestimável valor histórico, o Museu do Senado, recebe nesta terça-feira (1) a doação da pasta de despacho do senador e conselheiro de Estado José Thomaz Nabuco de Araújo. Duas obras de arte de vertentes, períodos e estilos inteiramente diversos recebem o visitante à entrada do museu: de um lado, imponente, o óleo sobre tela do pintor espanhol Gustavo Hastoy retrata a assinatura da primeira Constituição da República, em 1891, pelo presidente e marechal Deodoro da Fonseca; no outro extremo do Salão Nobre, o enorme painel contemporâneo em vidro temperado, jato de areia e ferro de Mariane Peretti, artista que também emprestou seu talento, por exemplo, aos vitrais da Catedral de Brasília.
É no Salão Nobre que as autoridades são recebidas pelo presidente José Sarney, antes das sessões solenes. Por ali passaram todos os presidentes da República, antes de prestarem seus juramentos constitucionais, e os dignatários estrangeiros em visita ao país e ao Parlamento brasileiro. Como ele dá acesso direto ao Plenário, através do cafezinho, o museu fica fechado à visitação quando estão sendo realizadas sessões (para detalhes sobre horários veja Serviço).
Respira-se história e política no pequeno espaço do museu. Nas paredes de mármore branco estão os retratos de todos os presidentes do Senado do Império e da República. Visitado por cerca de mil pessoas todos os finais de semana, o museu mantém em acervo duas urnas de votação em metal moldado que já compunham a Mesa do Plenário em 1871. Estão ali os estofados em veludo vermelho do Palácio do Conde dos Arcos (1826-1924) e uma mesa redonda com base de madeira escura e tampo em mosaico com fragmentos de mármore de todas as partes do país. As esculturas e luminárias que foram do Palácio Monroe (1925-1960), também no Rio de Janeiro, espalham-se pelo espaço.
Chefiado por Tânia Toledo Tenório e vinculado à Secretaria de Informação e Documentação, o museu também é responsável por todo o acervo de obras de arte do Senado. São cerca de 400 peças, principalmente quadros, distribuídos pelas áreas comuns, gabinetes e salas. Entre eles, destacam-se paisagens marinhas do gaúcho Carlos Scliar e do baiano Aldemir Martins, A Sertaneja do Maranhão , de Djanira, além de trabalhos de Rubens Zevallos e Burle Marx.
Serviço: Museu do Senado. Salão Nobre, Palácio do Congresso Nacional. Segunda a sexta, de 9h30 às 11h30, e de 14h30 às 17h30 (fechado durante a realização de sessões no Plenário). Sábados, domingos e feriados, de 10h às 14h. Entrada franca. Visitas guiadas e folhetos explicativos (inclusive em inglês e espanhol) à disposição. Para agendar visitas de grandes grupos: 311-4331 ou 311-4029.
01/06/2004
Agência Senado
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