'Hoje termina o Brasil conhecido como o país da impunidade', diz Simon
Ao exaltar a aprovação do projeto Ficha Limpa, o senador Pedro Simon disse que o Brasil viveu nesta quarta-feira (19) "um dia histórico". Um dos maiores defensores no Congresso Nacional da ideia de que condenados pela Justiça sejam impedidos de se candidatar a mandatos eletivos, o parlamentar afirmou que a data será um divisor de águas na história do país:
- Hoje, disseram bem os companheiros desta tribuna, o Brasil começa a mudar. Hoje termina o Brasil conhecido como o país da impunidade. Não roube galinha, porque pode dar cadeia, mas, roubando qualquer outra coisa, fazendo qualquer outra bandalheira, não acontece nada, a impunidade é permanente. Não o será mais - afirmou o parlamentar.
Pedro Simon disse que, para mudar a sociedade, esta tem que se movimentar, e este movimento tem de ser de fora para dentro, não de dentro para fora.
- Dentro do Congresso, do Senado, da Câmara, do Supremo, do Poder Executivo, não sai nada, se o povo não for para a rua, não exigir, não cobrar aquilo a que tem direito. Fizeram isso. Conseguiram um milagre lá na Câmara - afirmou, enaltecendo a atuação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que organizaram a coletas de assinaturas necessárias para apresentar o projeto de lei de iniciativa popular exigindo ficha limpa dos candidatos a mandatos eletivos.
Simon lembrou que o Senado tinha várias razões para não aprovar o projeto, como a pauta trancada por duas medidas provisórias ou pelos projetos em regime de urgência que tratam da exploração do petróleo da camada pré-sal.
- Mas, quando o presidente quer, quando os líderes querem, quando a Casa quer, quando o povo exige, vota-se, e estamos votando - afirmou Simon, louvando a aprovação da matéria por unanimidade.
O senador disse ainda que o projeto aprovado traz muitos erros, que poderiam ser alterados pelo Senado. Mas, para que tivesse validade para as próximas eleições, a proposta teria de ser aprovada como veio da Câmara, sem alterações, e rapidamente.
- Vamos votar o projeto da Câmara, sem mudar uma vírgula. E há muito equívoco, muito erro. Nós tínhamos muita coisa para modificar, para melhorar, mas a decisão que tomamos é a de que, a partir da semana que vem, vamos apresentar emenda à lei, para modificá-la no futuro. Agora, não! Agora é para votar o projeto como veio - disse o parlamentar, para quem a votação do projeto Ficha Limpa "demonstra o povo na rua, debatendo".
19/05/2010
Agência Senado
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