Homossexuais vão à Assembléia Legislativa denunciar preconceito
Homossexuais vão à Assembléia Legislativa denunciar preconceito
A opção sexual do soldado da Brigada Militar, João Carlos de Souza, o Lilica, e a participação da travesti Marcelly Malta no quadro de professores no curso de formação de policiais militares e civis ainda é motivo de preconceito e polêmica em alguns setores da Segurança Pública do Estado. Na manhã de ontem, a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa recebeu representantes dos grupos pró-homossexuais e do Gapa/RS que denunciaram outro ato de preconceito dos órgãos sindicais da Polícia Civil.
Segundo a travesti Marcely Malta, da Associação de Travestis e Transexuais do RS, ela foi alvo de odensas e declarações discriminatórias nos jornais da Servipol (Sindicato dos Servidores da Polícia Civil) e da Asdep (Associação dos Delegados de Polícia do Estado). Marcelly, que é instrutora da disciplina de Movimentos Sociais, no curso de formação das polícias, alega que as publicações a desqualificam tanto como pessoa quanto como profissional pelo fato de ter trabalhado por 30 anos na capital como prostituta.
Lilica, famoso por ter assumido a homossexualidade sem sair da Brigada, diz que Marcelly tem direito de pedir retratação, pois convidada pela Secretaria de Justiça e Segurança para dar o curso. O representante da BM, major Roberto Kraid Pereira, disse que a mentalidade da corporação deve estar aberta às diferenças. Já o diretor de Comunicação da Servipol, Aldoir dos Santos, afirmou que o que sai na seção de leitores mitas vezes não é revisado. A Asdep enviou nota oficial à Comissão informando que não iria à audiência “por entender que, lamentavelmente, nada tem a contribuir sobre o assunto em pauta”.
Garotinho promete 400 restaurantes populares
O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, vai utilizar em seu programa eleitoral gratuito imagens feitas ontem no Restaurante Popular de Nova Iguaçú. Garotinho almoçou no restaurante acompanhado de cabos eleitorais e da equipe de seu programa de TV.
O candidato garantiu que a utilização das imagens é permitida pela Justiça Eleitora. O ex-governador criticou a administração da governadora Benedita da Silva e atacou o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. “Quem quiser saber como vai ser o governo do PT no Brasil é só olhar a bagunça que eles estão fazendo no Rio”, disse.
Garotinho reafirmou seu compromisso com o combate à fome e à desnutrição, garantindo a abertura de 400 restaurantes populares no país.
Com os restaurantes, seriam servidas mais de 1 milhão de refeições por dia, de acordo com o presidenciável.
Voto para presidente é dúvida de 42% dos eleitores
Faltando 45 dias para o primeiro turno das eleições, quase metade do eleitorado brasileiro ainda não definiu o voto para presidente da República. Segundo a nova pesquisa espontânea do Ibope, realizada entre os dias 17 a 19 de agosto, 42% de um universo de 115 milhões de eleitores ainda não escolheram seu candidato ao Planalto. Isso equivale a 48,3 milhões de brasileiros.
Candidatos valorizaram as propostas e a imagem
O primeiro dia de programa eleitoral gratuito na televisão mostrou propostas e farpas diretas, ou indiretamente, dos candidatos ao governo do Estado. As produções televisivas dos programas de cada candidato, que hoje lideram as pesquisas eleitorais, procuram vender muito mais que um programa de governo, mas a imagem de um político altivo e capaz de ser o futuro governador do Rio Grande do Sul em 2003.
Ibope mede audiência dos partidos
Em meio ao arsenal de informações à disposição dos candidatos na guerra pela atenção dos eleitores, uma nova arma vai entrar em ação na campanha eleitoral. A audiência de cada partido e candidato durante o horário político obrigatório e as propagandas eleitorais na TV, já está sendo medida pelo Ibope.
O novo serviço, disponível em oito capitais, inclusive Porto Alegre, também fornece aos partidos um perfil de quem está assistindo ao horário eleitoral gratuito, com informações sobre gênero, faixa etária e classe econômica do telespectador. No Rio e em São Paulo, o relatório sai 24 horas após a programação. Nas demais praças, o prazo é de três dias.
Os partidos poderão ainda verificar o horário da veiculação das suas propagandas e os programas em que as inserções foram feitas. Na guerra pelo voto, os candidatos, também poderão conferir o tempo de duração e os temas abordados pelos seus adversários.
Em setembro, preço do gás cairá mais
O preço do GLP – gás de cozinha pode cair ainda mais a partir de setembro. O Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) decidiu ontem estender o prazo para os Estados definirem o preço médio para o cálculo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Apenas em nove Estados, entre eles São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, o imposto foi reduzido automaticamente com a queda nos preços da refinaria.
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA
Santo Ângelo
O ministro da Integração, José Barbosa, estará hoje em Santo Ângelo, discutindo estiagem e obras de prevenção à seca. O deputado federal do PMDB Osmar Terra é o responsável pela visita.
Estacionamento
Projeto do vereador do PDT da capital Nereu D´Ávila defende a franquia de 4 horas no estacionamento para quem gastar R$ 30,00 no shopping. O texto entrou em discussão ontem.
Animal de estimação
O fim da proibição de animais de estimação em casas de geriatria foi proposto pelo presidente da Câmara da capital, José Fortunati, do PDT, sob o argumento de que estudos em medicina e psicologia aconselham o convívio.
Animal de circo
A Câmara da capital aprovou projeto dos vereadores do PPB, Beto Moesh, e do PT, Adeli Sell, propondo que sejam licenciados para atuar em Porto Alegre apenas os circos que não tenham animais. Até então, não existia legislação na capital disciplinado a guarda e condições sanitárias em circos.
Lavoura de milho
Da tribuna, ontem, o deputado estadual do PPS Mário Bernd avaliou a situação agrícola gaúcha. Lembrou que a lavoura de milho teve uma grande queda na produção do ano passado, com redução de 90% na região Noroeste.
Cooperativismo
A Assembléia apreciará na próxima semana o veto do governo estadual ao projeto do deputado estadual do PDT Giovani Cherini, que institui uma política cooperativista para o RS. O texto prevê acesso das entidades em licitações de prefeituras e do Estado.
Editorial
A LEI INGLESA DA MACONHA
Vem crescendo a polêmica em torno da decisão do Parlamento britânico de não punir mais com prisão o consumo e o porte de maconha. A iniciativa está causando divergências inclusive entre especialistas brasileiros. Muitos experts no assunto no Brasil dizem que o passo dado pela Grã-Bretanha não cumprirá o seu objetivo, que é o combate ao tráfico de drogas. O Brasil vem adotando o modelo norte-americano de repressão, em oposição à onda de relaxamento que atrai cada vez mais adeptos na Europa. O ministro do Interior da Grã-Bretanha, David Blunkett, anunciou, no início do mês passado, que já no próximo verão europeu a maconha passará da categoria B para a C (de risco baixo), o que torna o porte da droga em pequenas doses ou o consumo privado uma infração administrativa, punida apenas com advertência da polícia. isto significa que a droga receberá o mesmo tratamento dado a hormônios de crescimento e esteróides. Em contrapartida, o Parlamento aprovou o aumento na pena aplicada aos traficantes - de 5 para até 14 anos
de prisão.
Para Wal ter Maierovitch, ex-secretário nacional Antidrogas e juiz criminalista aposentado, a Inglaterra ainda está engatinhando, se comparada a Portugal. "Mas já conseguiu sair da influência do modelo de repressão norte-americano, que está falido", avalia. Defensor do modelo adotado pelos portugueses, Maierovitch é a favor da descriminalização de todas as drogas.
Maierovitch também combate a proposta brasileira de criação da Justiça Terapêutica, que está no Congresso esperando para ser votada. Baseada nos Tribunais para Dependentes Químicos americanos, essa proposta dará a opção ao usuário detido por porte de fazer um tratamento.
O criminalista Luiz D'Urso não concorda com a descriminalização nem com a prisão de usuários, mas defende métodos diferentes de punição. Afirma que ele teria de passar por penas alternativas, ajudando nas clínicas de recuperação de dependentes químicos. D'Urso acredita no poder inibidor da lei como instrumento pedagógico.
Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, a forma eficiente de se combater o tráfico passa longe da descriminalização. A solução, para ele, seria mostrar ao usuário que a sociedade condena o uso, mas não quer colocá-lo na prisão; por isso, dá a ele a opção de tratamento. Ele também rejeita a nova classificação dada pelos britânicos para a erva. "Maconha não é droga leve", diz. Parece que ainda não se chegou a uma fórmula para pôr fim ao crescente número de usuários de drogas e, principalmente, de dependentes químicos delas. Mais difícil ainda é alcançar a fórmula para convencer um dependente a fazer tratamento. O que é certo é que o atual modelo adotado elo Brasil, o norte-americano, não está funcionando.
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08/22/2002
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