MEC e grupo de homossexuais buscam fim do preconceito nas escolas
Representantes da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (AGBLT) reuniram-se nesta terça-feira (18), com o ministro da Educação, Fernando Haddad, em Brasília (DF). O grupo pediu apoio ao Ministério da Educação (MEC) para que o ambiente escolar seja mais receptivo às diferenças de gênero e orientação sexual. Outra demanda é que as escolas sejam mais pró-ativas na formação de cidadãos capazes de respeitar a diversidade.
Segundo os representantes, a maioria dos travestis e transgêneros acaba abandonando as escolas muito cedo por causa do preconceito. “Saí da escola aos 16 anos porque não conseguia estudar. Era motivo de piadinha e exclusão”, relatou a vice-presidente da ABGLT, Keyla Simpson, que é travesti.
Keyla estima que, apesar de não haver dados oficiais, cerca de 90% dos travestis e transexuais não chega a completar o ensino fundamental e a maior parte se envolve com a prostituição, em função da falta de formação educacional e da exclusão social.
O grupo reforçou a opinião de que a formação escolar vai contribuir para o fim do preconceito e consequente inclusão de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais à sociedade .
Exemplos internacionais
Diante das reivindicações, o ministro sugeriu ampliar os debates com a sociedade sobre o assunto. “Poderíamos também criar um grupo no ministério para visitar países que sejam referência na inclusão desses grupos”, cogitou Haddad. O diretor da AGBLT da região Sudeste, Beto de Jesus, sugeriu encaminhar o tema para apreciação do Conselho Nacional de Educação (CNE).
O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, André Lázaro, propôs fortalecer o grupo de trabalho do MEC que cuida da temática, e, a partir daí, criar uma agenda de trabalho até o final do ano.
O secretário também sugeriu a realização de audiências regionais com a participação da sociedade civil organizada, governos e secretarias de educação. “A intenção é promover um debate amplo com a sociedade sobre diversidade de gênero nas escolas, para encaminhar ao CNE uma proposta de resolução construída democraticamente”, defendeu André Lázaro.
Fonte:
Ministério da Educação
19/05/2010 15:16
Artigos Relacionados
Homossexuais vão à Assembléia Legislativa denunciar preconceito
Escolaridade tem impacto no preconceito contra homossexuais, diz pesquisa
Fátima Cleide condena preconceito contra homossexuais
Projeto que criminaliza preconceito contra homossexuais é retirado da pauta da CDH
Projeto que criminaliza preconceito contra homossexuais está na pauta da CDH
CDH faz nova tentativa de votar projeto que pune preconceito contra homossexuais