HUGO NAPOLEÃO DIZ QUE SEGUNDO TURNO É UM ERRO



O senador Hugo Napoleão (PFL-PI) declarou hoje (dia 22) seu voto favorável à proposta de emenda constitucional que acaba com o segundo turno para eleições estaduais e municipais. Ele disse que esse dispositivo foi um "erro da Constituição de 1988" e lembrou sua posição sempre contrária ao segundo turno nos três níveis de eleição. Aceita entretanto, que haja segundo turno para a escolha do presidente da República pois,"nesse caso, o debate se dá no nível ideológico".

- Para a eleição de prefeitos e governadores a situação é diferente. Nos pleitos municipais, a discussão eleitoral ocorre em nível local ou até pessoal. E, no segundo turno, os candidatos perdedores aliam-se ao segundo colocado para derrotar o vencedor na segunda votação, apenas motivados por um sentimento de vingança - disse.

Em relação às eleições estaduais, Hugo Napoleão afirmou que também ocorre o mesmo, acrescido "do leilão de cargos", feito pelos candidatos com o objetivo de apoio no segundo turno. "É vergonhoso que isso ocorra e que no propósito de ganhar a eleição a qualquer custo, ninguém se preocupe com ideologia", salientou.

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) citou que, em duas eleições no seu estado, o resultado do primeiro turno se confirmou no segundo, apesar da união dos candidatos derrotados.

Também aparteando, o senador Gerson Camata (PSDB-ES) considerou que o segundo turno está sendo um "desastre", pois os candidatos eleitos, em virtude dos acordos necessários na segunda votação, chegam "desmoralizados" ao governo. "Para que votar pela segunda vez? Para aprovar os conchavos políticos?", questionou.

Já o senador José Serra (PSDB-SP) discordou que o segundo turno possa incentiva a corrupção. Na opinião dele, o potencial da venda de apoio seria o mesmo se houvesse apenas um turno de votação. O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) ponderou que as distorções da legislação eleitoral não são de responsabilidade do segundo turno e que elas devem ser corrigidas em uma ampla reforma política e "não por uma proposta isolada".



22/10/1997

Agência Senado


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