Humberto Costa deve responder em Plenário a denúncias de favorecimento em transplantes
O ministro da Saúde, Humberto Costa, deve comparecer ao Senado na próxima quinta-feira (5) para esclarecer denúncias de que a fila de transplantes autorizados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) está sendo furada por pressão de políticos. O próprio ministro se ofereceu para dar explicações depois que vários senadores discursaram mostrando surpresa ou revolta com as denúncias.
As denúncias dizem respeito aos transplantes de medula óssea, necessários nos casos de leucemia. A crise no Inca teve início ainda em 2003 e vem se arrastando desde então. O último episódio foi a demissão do diretor da área responsável pelos transplantes, Daniel Tabak. Ele deixou o cargo depois de entregar um relatório em que acusa políticos de pressionar o instituto a favorecer parentes e amigos em detrimento dos doentes que já esperam na fila pelos transplantes.
O senador Demostenes Torres (PFL-GO) disse que vai aproveitar a presença do ministro para pedir explicações sobre notícia veiculada no O Globo desta quarta, segundo a qual o ministro da Saúde teria admitido ter gravado conversa telefônica com o deputado Serafim Venzon (PSDB-SC), na qual este teria retirado a afirmação de que lhe pedira pessoalmente interferência para um transplante de medula óssea.
Para o senador, o grampo telefônico não pode ser prática comum de um ministro de Estado. Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse que Humberto Costa, um ex-parlamentar, tem a obrigação de prestar esclarecimentos ao país sobre esse episódio.
- Caso tenha ocorrido mesmo, é um precedente muito grave e a partir de agora ficará uma dúvida grande em qualquer parlamentar que queira ter um diálogo telefônico com alguma autoridade do país - afirmou.
30/01/2004
Agência Senado
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