Papaléo quer fim do favorecimento político em filas para transplantes
O senador Papaléo Paes (PMDB-AP) defendeu o fim do favorecimento político na fila de transplantes de caráter público. Para ele, nem tentativas de interferência devem ser admitidas.
- É preciso que nosso país acabe, em definitivo, com essas práticas, infelizmente ainda corriqueiras, que partem de uma inaceitável confusão entre o âmbito público e o privado - afirmou.
Papaléo lembrou o escândalo envolvendo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), há cerca de um ano, de superfaturamento na compra de remédios, e a mais nova denúncia do oncologista Daniel Tabak, ex-diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea, sobre a ocorrência de favorecimentos na fila de transplantes. Ele assinalou que a Câmara dos Deputados instaurou uma comissão externa para investigar a questão.
- O relatório preliminar da comissão, já elaborado pelo deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), não confirma a ocorrência de ingerências políticas na fila de transplantes, admitindo, contudo, que teria havido uma tentativa de interferência - informou o senador.
Ainda conforme Papaléo, o relatório ressalta a falta de transparência e de controle na lista de espera de pacientes, citando o exemplo de outros setores de transplante mais organizados, como os responsáveis pelos transplantes de rins, fígado e coração, cujas listas de espera podem ser consultadas pela internet. Além disso, continuou, o relatório propõe aperfeiçoamentos na legislação, inclusive na Lei dos Transplantes (9.434/97), para garantir regras claras para a lista única de espera e para definir as atribuições do Sistema Nacional de Transplante.
- Não há qualquer motivo para que a lista de transplante de medula óssea do Inca seja tratada como segredo, nem muito menos que seja manipulada às ocultas - concluiu.
03/06/2004
Agência Senado
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