Ibama intensifica fiscalização em região onde líderes extrativistas foram assassinados



O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) intensificou a fiscalização ambiental em Nova Ipixuna, região no sudeste do Pará onde há seis dias foram assassinados os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. Agentes ambientais federais foram deslocados ao município, onde permanecerão por tempo indeterminado.

Equipes do Ibama chegaram ao município de Nova Ipixuna de helicóptero e por terra na manhã de sábado, onde fiscalizaram polígonos de desmatamento. Com apoio de homens da Polícia Rodoviária Federal, foram fiscalizados desmatamentos, pontos de extração ilegal de madeira e produção de carvão, todos previamente mapeados pela gerência executiva do instituto em Marabá (PA). Na ação, dois tratores foram apreendidos e dezenas de fornos de carvão foram destruídos. O total de multas aplicadas ainda está sendo apurado.

“Identificamos 13 pontos de extração seletiva de lenha e madeira, 14 áreas desmatadas e 120 fornos em atividade para a produção ilegal de carvão vegetal”, disse o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama em Marabá, Uederson Ferreira, responsável pelo mapeamento dos 22 mil hectares do assentamento Praia Alta Piranheiras.

Até o fim da operação, o Ibama pretende autuar todos os madeireiros e assentados associados a eles para exploração ilegal de madeira e carvão. “Além da multa, o assentado que desmatou, explorou a floresta ou está fazendo carvão ilegal, será denunciado ao Incra e poderá ser excluído do Programa Nacional de Reforma Agrária. Ou seja, por se envolver em ilícitos ambientais, ele está correndo o risco de perder a própria terra”, explicou o coordenador da operação em Nova Ipixuna, Marco Vidal. Todos os fornos de carvão no assentamento, segundo ele, serão destruídos.


Corpo

Já na primeira ação de fiscalização, realizada no último sábado (28), foi encontrado o corpo de Eremílton Pereira dos Santos, de 25 anos, às margens do igarapé Ipixuninha, no Projeto Agroextrativista Praia Alta Piranheiras.

Durante a fiscalização ambiental no assentamento, um primo de Eremílton pediu ajuda ao Ibama para resgatar o corpo do agricultor, desaparecido desde 25 de maio, que acabara de ser encontrado morto com dois tiros. Com o apoio do helicóptero Ibama IV, os fiscais localizaram e levaram dois agentes da Polícia Federal ao local do crime, até então desconhecido da polícia.

Eremílton vivia com a família numa casa a cerca de 8 km do local onde José Cláudio e Maria foram emboscados na terça-feira (24). O cunhado do agricultor, Ruberval de Oliveira, disse que ele pode ter morrido porque viu os assassinos do casal. No dia do crime, ele teria testemunhado dois homens numa moto vermelha, estranhos ao assentamento, passarem na direção do núcleo Maçaranduba 2, onde os líderes extrativistas acabaram emboscados e mortos.


Fonte:
Ibama

 

30/05/2011 19:29


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