Ideia de governabilidade se banalizou, diz Ricardo Ferraço, em apoio a medidas moralizadoras




Em pronunciamento nesta segunda-feira (15), o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse que o Congresso Nacional tem perdido o protagonismo político, em razão de busca de uma noção de governabilidade que se banalizou e se deteriorou, promovendo uma espécie de terceirização do setor público para partidos políticos.

Na avaliação de Ricardo Ferraço, há um patrimonialismo desmedido, uma busca do poder a todo custo, que procura se legitimar em nome da governabilidade, em torno da necessidade de dar sustentação ao governo. O senador observou que esse arranjo político tem gerado prejuízo ao país, não apenas no descaminho e no desvio de recursos públicos, mas no desperdício e ineficiência, pois sem qualificação técnica não há como alcançar os resultados que a sociedade espera da classe política.

Ricardo Ferraço ressaltou que o Brasil conta hoje com aproximadamente 25 mil cargos comissionados para "fazer a festa do apadrinhamento político de baixa qualidade que não está à altura do Brasil que se insere na economia global".

Apoio a Dilma

O senador disse ainda que não goza da intimidade de Dilma Rousseff, mas que o perfil da presidente da República "nos estimula, pois ela está fazendo o que nós gostaríamos que ela fizesse".

- É necessário que ela continue nesse caminho - afirmou o senador, ao comentar a "faxina" da presidente da República contra a corrupção.

Artigo

Ricardo Ferraço destacou artigo de Denis Rosenfield, publicado nesta segunda-feira no jornal O Estado de São Paulo, em que o professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirma já estar na hora de o Brasil se organizar segundo princípios e valores republicanos que se situem acima das disputas partidárias. O professor diz ainda que as oposições não devem agir como nos últimos nove anos, "imitando o que o PT tinha de pior".

Apartes

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) manifestou apoio a Ricardo Ferraço e disse que a sociedade deve protestar nas ruas contra a corrupção, a exemplo do movimento Diretas Já, em 1984, que cobrou o fim do regime militar e a definitiva redemocratização do país.

Já o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que a governabilidade "tão decantada" não passa de um "grande acordo", como comprovaria a permanência de Pedro Novais no Ministério do Turismo, apesar da prisão dos principais quadros do órgão por corrupção.

- Isso é governabilidade? Isso me faz lembrar 'diretorias que furam poço' e outras coisas menos republicanas. Governabilidade é uma palavra que se encontra esvaziada - concluiu, referindo-se à reivindicação do então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, do PP, que pediu publicamente uma diretoria da Petrobras "que furava poço de petróleo" em troca de seu apoio ao governo no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República.



15/08/2011

Agência Senado


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